Tratar seu pet como filho afeta o comportamento dele? Veja a visão da psicologia

Quem passeia pelo parque num sábado de manhã já percebe: carrinhos adaptados para cachorros, aniversários caninos com bolo de banana e até enxoval cor-de-rosa fazem parte da cena urbana.

Esse cuidado “estilo pai e mãe” ganhou nome entre os especialistas: filhização. Mais do que mimo, o fenômeno traz pistas valiosas sobre nossos afetos, nossos hábitos e até sobre como formamos identidade.

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Filhização e cérebro em modo cuidador

Quando o tutor chama o pet de “meu bebê”, regiões cerebrais ligadas ao vínculo parental — como córtex pré-frontal e núcleo accumbens — entram em ação, liberando doses extras de ocitocina, segundo estudos de ressonância magnética da Universidade de Azabu, no Japão.

A mesma cascata hormonal aparece em pais de primeira viagem, reforçando comportamentos de proteção e carinho.

Em contrapartida, o cachorro devolve olhares prolongados, lambejos e aquela típica excitação ao reencontro, respostas que reforçam o ciclo de apego.

Motivações que vão além do simples carinho

Psicólogos mapeiam quatro motivos frequentes para esse modo de relacionamento:

  1. Busca de afeto próximo – solteiros ou casais sem filhos encontram no animal um contato físico e emocional constante.
  2. Combate à solidão – em grandes cidades, redes de apoio encolheram; o pet preenche silêncios da casa.
  3. Necessidade de cuidado – pessoas com senso de responsabilidade elevado veem no bichinho uma forma concreta de exercer esse traço.
  4. Propósito diário – horários de alimentação, passeios e consultas veterinárias estruturam a rotina e dão sensação de utilidade.

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Dados do IBGE mostram que, em capitais como São Paulo e Curitiba, já existem mais lares com cães do que com crianças até 14 anos.

Paralelamente, a indústria pet movimenta quase R$ 80 bilhões por ano no Brasil, sinal de que a família multiespécie virou padrão para muita gente.

Menos metros quadrados por pessoa, trabalho remoto e adiamento da parentalidade humana completam o retrato.

Benefícios reais — e alertas importantes

Manter um cão por perto reduz pressão arterial, ajuda no controle da ansiedade e incentiva atividade física — basta lembrar as caminhadas diárias. Porém, “roupinha fashion” e colo em excesso podem confundir o animal.

A humanização elevada impede que ele exercite instintos básicos, como farejar o chão ou interagir com outros cães, aumentando risco de fobias e agressividade.

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O terapeuta comportamental Marco Ciola explica: “Quando transformamos o pet em cópia de um bebê, ele perde referências caninas e sobra estresse para os dois lados”.

Equilíbrio é a palavra-chave. Brinquedos que estimulam o faro, reforço positivo em treinamentos simples e consultas regulares ao veterinário devem andar de mãos dadas com carinho e selfies fofas.

Para o tutor, vale a reflexão indicada pela psicóloga Inês Rosângela: “Se a carência pessoal estiver ditando cada decisão, é hora de cuidar de si antes de cobrar do animal um papel que ele não tem como cumprir”.

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