Quem acompanha o catálogo da Netflix já percebeu que produções tailandesas estão ganhando espaço — e a bola da vez é o longa O Paraíso dos Espinhos. Com pouco mais de 2 h 10 min, o drama aterrissa no streaming mesclando romance, luto e disputa patrimonial de um jeito pouco comum nos hits asiáticos que viralizam por aqui.
Logo nos primeiros minutos, a câmera nos apresenta a um exuberante pomar de duriões, fruto de cheiro forte e valor altíssimo no Sudeste Asiático. É ali que Thongkam e Sek construíram casa, rotina e planos.
A parceria, porém, é rasgada quando Sek sofre um acidente fatal, deixando o companheiro sem reconhecimento legal: o casamento nunca foi registrado.
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Enquanto Thongkam tenta entender o próprio luto, a família de Sek surge na fazenda de olho na herança. A mãe, a filha adotiva Mo e o jardineiro Jingna chegam mudando fechaduras, revistando armários e deixando claro que o antigo cuidador é um estorvo.
Não bastasse o clima tóxico, Thongkam vê os anos de trabalho ameaçados por assinaturas em cartório que nunca existiram.
O roteiro mergulha em temas como desigualdade de direitos civis, ganância familiar e preconceito contra relacionamentos não oficializados.
Detalhes de diálogos, como o apego da família ao valor de mercado do durião e a indiferença diante da perda real, reforçam a crítica social por trás do romance.
Direção e fotografia trabalham juntas para transformar a fazenda em personagem: as fileiras de árvores viram corredores de tensão, a fruta madura estoura no chão como lembrança constante da ausência de Sek.
O elenco, escolhido a dedo, dá conta de cenas que vão do carinho genuíno ao embate jurídico em questão de minutos.
Para quem procura um drama que cutuque feridas pessoais e sociais sem cair na melancolia gratuita, O Paraíso dos Espinhos entrega reflexão na medida certa e ainda revela um pedaço pouco visto da cultura tailandesa.
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