Imagem de capa: Alexander Ross na Unsplash
O jogo do bicho está entre os jogos de azar mais populares no Brasil. Mesmo sendo ilegal, a proibição não impediu que as apostas acontecessem ao longo dos últimos anos. Para além disso, existem ainda as motivações culturais e socioeconômicas que motivam essas apostas.
Mesmo sendo um jogo de aposta genuinamente brasileiro, o Decreto-Lei nº 3.688/1941, mais precisamente em seu 50º artigo, proíbe qualquer tipo de aposta pública onde o resultado dependa única e exclusivamente da sorte. Inclusive, com risco de multa e até prisão! No entanto, com o passar do tempo, o Decreto-Lei ficou ultrapassado, dando margem para que os apostadores continuassem as suas apostas nos bichos e animais, mas agora exclusivamente online.
É com essa pergunta em mente que produzimos esta reportagem. Fique conosco para saber tudo o que envolve a psicologia por trás do jogo do bicho no Brasil!
Por que o jogo do bicho é popular?
O jogo do bicho tem diferentes motivações. Sem dúvida, a primeira vez por um traço cultural, principalmente quando consideramos a história do jogo. Inclusive, engana-se quem acredita que o jogo foi pensado para ser assim desde o começo.
Para que você aprenda como ganhar no jogo do bicho, também é necessário um pouco de história. Acontece que, no Rio de Janeiro, o jogo do bicho deu origem a partir do zoológico municipal. A fim de arrecadar fundos e fomentar o espaço, os visitantes apostaram nos animais que poderiam surgir.
Logo o jogo do bicho passou a ir para outros lugares do Brasil. A partir disso, tornou-se um jeito popular de fazer apostas no país. E continuou mesmo após a sua proibição. Portanto, não é surpresa para ninguém que este tipo de aposta, de fato, está enraizado em nossa cultura popular.
O que o sonho tem a ver com jogo do bicho?
No imaginário popular, o sonho tem toda relação com o jogo do bicho. Isso porque, culturalmente, muitos dizem que um determinado sonho pode ser relacionado com um tipo de animal. Desta forma, o sonho é visto como uma razão para apostar.
Por exemplo, uma traição. Se alguém sonha que está sendo traído, seja por algum familiar, companheiro ou até colegas, é comum ser recomendado a apostar na cobra. Essa justificativa acontece porque a cobra é venenosa e traiçoeira — vide a história de Adão e Eva. Portanto, a traição é um elemento da cobra.
Do mesmo modo, você pode sonhar com algum gesto de lealdade. Quase sempre, a lealdade costuma estar relacionada ao cachorro, animal leal que fica ao lado do dono até o fim. Há ainda outros exemplos, como a agilidade por parte do cavalo e tigre, o céu com a águia, a preguiça com gato, etc.
O jogo do bicho pode ser regulamentado
Apenas o jogo do bicho online está legalizado, mas isso pode mudar graças ao Projeto de Lei 442/91, que promete regulamentar os jogos de apostas no Brasil. Inclusive, o Instituto Jogo Legal (IJL) realizou uma estimativa de quanto o Brasil perde por não regulamentação apenas do jogo do bicho. Afinal, mesmo com o cenário atual, ele segue sendo explorado digitalmente.
De acordo com a pesquisa do IJL, o país deixou de arrecadar aproximadamente 12 bilhões de reais por conta da proibição que perdura por 75 anos. Para além disso, há ainda outros números que reforçam a necessidade da regulamentação do jogo.
Segundo o mesmo estudo, estima-se que 450 mil empregos poderiam ser gerados oficialmente com a regulamentação desta forma de apostar. Para além disso, geraria ainda mais de 350 mil pontos de vendas oficiais de cartelas participantes do sorteio.
Vale destacar também que, segundo o estudo, acredita-se que, mesmo com a proibição, aproximadamente 20 milhões de brasileiros façam apostas irregulares em jogos do bicho. Isso reforça o comportamento sociocultural de apostar por parte dos brasileiros.
Conclusão
O brasileiro aposta por conta de dois fatores. O primeiro é sociocultural. Os brasileiros estão familiarizados há anos com o jogo do bicho, sendo uma forma de apostar alinhada com a cultura brasileira.
Além disso, vale citar que o Brasil é um país desigual. Neste sentido, fazer uma aposta que possa conceder um prêmio faz todo sentido, sendo uma válvula de escape para muitos. Considerar esses dois pontos mostra que a regulamentação das apostas é uma pauta urgente.
