Antes de virar referência em reality show, ela já tinha encarado palco, estúdio, passarela e roteiro de novela. A trajetória começou ainda criança, atravessou a febre dos programas de auditório dos anos 80 e 90, ganhou manchetes ao lado de um ídolo do esporte e, com o tempo, se firmou como uma comunicadora de ritmo próprio.
A primeira vitrine veio cedo. Aos 11 anos, participou do trio infantil Chispitas, criado para gravar a trilha brasileira da novela homônima exibida pelo SBT em 1984. Era a fase do microfone e das apresentações dominicais, quando grupos mirins circulavam pelos grandes programas da TV aberta.
O passo seguinte foi mudar de cenário: ela saiu do estúdio musical para a moda. Adolescente, assinou com a Ford Models, fez campanhas, desfiles e levou títulos em concursos de beleza.
A visibilidade cresceu — e a vida pessoal entrou no radar do país quando engatou namoro com Ayrton Senna. A relação a apresentou a um público mundial e motivou o livro “Caminho das Borboletas”, lançado em 1995, um ano após a morte do piloto.
A música ainda rendeu outro capítulo. Três anos depois da estreia nos palcos, ela integrou a girl band Meia Soquete até 1989. O grupo se apresentou em praticamente toda a grade do SBT, visitou atrações de outras emissoras — como Cassino do Chacrinha (TV Globo) e Clube do Bolinha (Band) — e lançou dois discos, acompanhando o boom das bandas pop na TV.
A personagem desta história é Adriane Galisteu.
Já com o rosto conhecido, ela testou um novo posto: o de apresentadora. Em 1995, estreou no Ponto G (CNT). Na sequência, mostrou versatilidade como atriz em Xica da Silva (Rede Manchete), vivendo Clara, meia-irmã da protagonista. Essa alternância entre formatos abriria portas para uma carreira longa no vídeo ao vivo.
Vieram então as mudanças de casa que marcam o período. Entre 1998 e 1999, passou pela MTV Brasil; inaugurou o Superpop na recém-criada RedeTV!; e, pouco depois, chegou à Record para comandar o É Show. No SBT, consolidou presença em atrações variadas até 2008, quando encerrou o contrato.
Logo na sequência, migrou para a Band. Lá, apresentou o Toda Sexta e liderou o Projeto Fashion, versão nacional do Project Runway — sua primeira experiência com realities de competição, formato que se tornaria um dos seus cartões de visita na década seguinte.
O retorno à Record aconteceu em 2021, com duas entregas de peso: Power Couple Brasil e, no mesmo ano, A Fazenda, assumindo o posto deixado por Marcos Mion. Desde então, Adriane conduz um dos programas de maior repercussão da TV aberta, imprimindo marca pessoal nas dinâmicas ao vivo.
A própria apresentadora já resumiu o momento com um recado direto sobre o microfone do reality rural: entrar num palco historicamente comandado por homens e ocupar esse espaço com segurança. Para o público que acompanha provas, roças e viradas semanais, a mensagem é clara: experiência, repertório e presença diante da câmera sustentam o desempenho atual — qualidades lapidadas desde a estreia como cantora lá atrás, em 1984.
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