Bullying: 1 em cada 5 crianças pensa em tirar a própria vida depois da agressão

Adolescentes entre 12 e 15 anos que sofrem bullying na escola apresentam risco até três vezes maior de atentar contra a própria vida, aponta um estudo recém-publicado. E uma nova pesquisa fortalece a relação entre a prática violenta no ambiente escolar e o pensamento de tirar a própria vida.

De acordo com o levantamento, realizado no Reino Unido, na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. Além disso, 78% afirmaram que o problema causa ansiedade e pode fazê-los perder noites de sono (56%). Os novos dados também indicam que 57% das crianças já sofreram bullying em algum momento da vida escolar e 74% testemunharam alguém sendo intimidado.

O bullying afeta diversos aspectos da vida do adolescente que é vítima desta prática, incluindo saúde mental, desempenho acadêmico e frequência escolar. A pesquisa aponta que 35% das vítimas de bullying passaram a faltar às aulas e 20% precisaram mudar de escola.

Algumas crianças abandonaram o colégio de vez e passaram a ser educadas em casa. No Brasil, no entanto, essa prática não é permitida e os alunos precisam estar regularmente matriculados em uma escola pública ou particular. De acordo com o levantamento, 23% dos adolescentes acreditam que a escola não está conseguindo controlar o problema.

Sobre o assunto, o autor da pesquisa anterior, Ai Koyanagi, comentou:
“A alta prevalência de vitimização por bullying e o risco aumentado para tentativas de suicídio entre as vítimas da prática apontam para a necessidade urgente de implementar intervenções eficazes para lidar e prevenir os dois problemas”, comentou Ai Koyanagi, autor da pesquisa anterior.

O levantamento, feito com 1.003 crianças e adolescentes, foi conduzido pela Diana Award, instituição de caridade anti-bullying criada em homenagem à princesa Diana. Por causa dos resultados, a instituição lançou a campanha #Back2School (De volta para a escola, em tradução livre) com várias celebridades e políticos britânicos.

Segundo especialistas, para evitar que o bullying aconteça no ambiente escolar, toda a comunidade precisa participar, começando dentro de casa, com pais mais atentos ao dia a dia e ao comportamento do filho em relação à escola. Essa atenção deve valer tanto para a vítima quanto para o agressor.

No caso do primeiro, os pais devem contatar a escola e descobrir a melhor maneira de resolver o problema. No segundo, os filhos devem ser orientados sobre o comportamento inadequado para que ele não se repita.

A escola também deve fazer a sua parte e criar um ambiente saudável em que as questões problemáticas possam ser resolvidas com diálogo. Ainda é preciso criar campanhas contra o bullying e regras contra a prática. Amigos e colegas de classe devem ajudar a vítima acolhendo e denunciando o agressor para pais e professores.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Veja.
Foto destacada: iStock/Getty Images






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