em gente vendendo o que, até pouco tempo, era luxo silencioso: tempo sem agenda. Na Malásia, um retiro com “clima de aposentadoria” para jovens virou assunto justamente por transformar a pausa em pacote — e por mostrar, sem muito filtro, como uma parte da Geração Z anda negociando energia, trabalho e saúde mental.
O lugar se chama Gopeng Sanctuary e fica em Gopeng, no estado de Perak, numa área rural grande (a divulgação fala em cerca de oito acres/348 mil pés²) pensada para desacelerar.
A proposta é simples: hospedagem por um mês com acomodação e refeições incluídas, dias livres e zero obrigação de participar de atividades.
Quem quiser, pode caminhar, mexer com jardim e até conviver com animais que circulam pelo espaço (como patos, além de cães e gatos).

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O preço divulgado gira em torno de RM 2.000 por mês (na imprensa brasileira, apareceu como algo perto de R$ 2,7 mil).
E o que fez o projeto explodir de vez foi a procura: as vagas para o período de dezembro de 2025 até janeiro de 2026 foram descritas como lotadas e o local chegou a falar em pausa nas reservas para manter a proposta mais tranquila.
O detalhe curioso é a origem da ideia: o criador tem 25 anos e vem de uma família que já administra uma casa de repouso tradicional em Ipoh.
Em entrevistas e vídeos, ele diz que ver pessoas esperando a vida inteira para descansar ajudou a disparar a pergunta: por que o descanso só pode existir no “fim da linha”? Daí nasceu essa versão jovem de “casa de repouso”, que viralizou em redes como TikTok e Instagram.

Também não é um fenômeno solto no mapa: o discurso conversa com a ideia do “tang ping” (algo como “deitar e reduzir a marcha”), expressão popularizada na China para descrever jovens que rejeitam a cobrança de hipercompetição e rotina de trabalho excessiva.
O retiro malaio pega esse sentimento, coloca num endereço físico e cobra mensalidade — o que explica tanto a identificação imediata quanto a polêmica.

Nas reações online, aparecem dois lados bem claros: quem vê o espaço como uma válvula de alívio real (especialmente num cenário de custo de vida alto, aluguel pesado e burnout) e quem critica a mensagem por achar que normaliza fuga de responsabilidades.
No meio disso, o que chama atenção é o recado prático: para muita gente jovem, “descansar direito” deixou de ser intervalo e virou necessidade básica — a ponto de caber num modelo de negócio.
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Fonte: Asia One
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