Como escolher o psicólogo certo?

Chega um momento em que, pelo motivo que seja, você decide buscar a ajuda de um psicólogo. Mas você não sabe como escolher um bom psicólogo entre a ampla oferta que há… O que pode ser feito para escolher o profissional certo? Todos nós conhecemos o caso de alguém que foi ao psicólogo e não obteve sucesso algum.

Alguém que passou um ou dois meses em terapia e o único que fazia era desabafar, mas não conseguia aprender a gerenciar o mal-estar ou a lidar melhor com as situações. Continue lendo para saber como identificar um bom psicólogo!

Quais sinais indicam que um psicólogo não é confiável?

O principal problema que encontramos é que praticamente qualquer um pode abrir uma clínica de psicoterapia, mesmo sem ter uma graduação em psicologia. Por isso, o primeiro que temos que fazer é pensar na titulação do terapeuta.

Neste sentido, é necessário ter cuidado especial com todas as correntes alternativas que estão surgindo para tratar dos problemas emocionais, como a ansiedade. São essas novas terapias “milagrosas” que “curam” sem nada fazer. O reiki e os florais de Bach são um exemplo dessas terapias que não demonstraram uma eficácia comprovada.

Mas ainda que você busque um terapeuta que seja psicólogo, há que ter cuidado, já que são muitos os que não são bons profissionais. Eu mesma encontrei em meu consultório diversos pacientes que já tinham experimentado antes terapias psicológicas e que, segundo suas palavras, não haviam servido para nada.

Como eles descrevem essas sessões? Como momentos nos quais falavam e falavam e o psicólogo não contribuía com nada para a conversa. Os pacientes desabafam, mas quando o tempo vai passando, veem que nada muda. No geral, o mal-estar segue por aí, e só se foi de forma momentânea quando estava na consulta.

Lógico, o terapeuta tem que intervir, mas não só para fazer perguntas. Os psicólogos que só o fazem tampouco são adequados. Um que o seja não só planeja perguntas ao paciente, mas também lhe explica como funcionam os processos mentais e lhe dá ferramentas para lidar com eles.

Que perguntas podemos fazer para saber se encontramos o psicólogo certo?

Em terapias de grupo eu encontrei participantes que, quando ouviram isso, me disseram: “Como poderíamos saber disso antes de ir à terapia?” É muito simples. Na hora de escolher o psicólogo certo, podemos lhe fazer perguntas.  

Não se deve ter vergonha. No final, vamos gastar dinheiro em nossas sessões. Que pelo menos sirvam para melhorar nosso bem-estar, não? É para isso que há um psicólogo! Em primeiro lugar, teremos que nos informar da titulação que tem.

Por outro lado, é preciso saber de que corrente psicológica é. Neste sentido, se nos responde que é cognitivo-comportamental é um bom sinal. Pode ser que seja mau psicólogo, mas nesta corrente se usam técnicas cuja eficácia foi comprovada empiricamente. Quer dizer que foram conduzidos estudos sobre o tema para verificar que tais metodologias ajudam de verdade.

Este é um aspecto muito importante, já que na psicologia existem inúmeras correntes que põem em prática procedimentos terapêuticos que não só não ajudam os pacientes, mas muitas vezes criam um problema psicológico ainda maior do que o problema original que os fez necessitar de ajuda psicológica.

Mas como já foi dito, ainda que seja cognitivo-comportamental, pode ser que ele seja um mau terapeuta. Por isso, na hora de escolher um psicólogo adequado, temos que perguntar também como vão lidar com o tratamento no geral e com as sessões de maneira mais específica. Estamos no nosso direito de conhecer qual é o plano de intervenção, assim como as sub-metas que teríamos de alcançar.

Na hora de escolher um psicólogo adequado, como deve ser o processo terapêutico?

Quando lhe perguntamos como ele pretende lidar com o processo terapêutico, há uma série de respostas que nos vão indicar que este pode ser um psicólogo que realmente nos ajudará a superar nosso mal-estar. A realidade é de que o tratamento tem que ser estruturado.

Por isso, podemos escolher o psicólogo adequado se nos diz que leva em conta uma avaliação e um plano de tratamento. No geral, nas duas primeiras sessões acontece o processo de avaliação e, com base nos resultados obtidos, se planejam os objetivos a serem atingidos e de que maneira.

Um exemplo disto seria incluir a ativação comportamental se temos um problema de depressão. Depois disso, ele explicaria ao paciente o que está acontecendo e que técnicas serão utilizadas para poder superar este problema. Isso quer dizer que você tem que saber o que o psicólogo está trabalhando com você e por quê. Se antes de começar a terapia com um profissional ele te conta tudo isto, é um bom sinal.

Há de se levar em conta que escolher um psicólogo adequado supõe que vamos contratar um profissional que vai nos dar as ferramentas para aprendermos a lidar com o que está acontecendo conosco. O processo terapêutico pode levar seu tempo, mas se o paciente cumpre com o plano de intervenção, pouco a pouco deve ser notada uma melhora. 

Esta melhora deverá nos dar mais autonomia, reduzindo a incidência do transtorno em nossa vida diária, com o fim maior de recuperar nosso próprio bem-estar. Caso contrário, será lógico e esperado trocar de psicólogo: pense que inclusive dentro de um grupo de bons profissionais, há psicólogos que são melhores para intervir em determinados tipos de transtornos e outros não.

Imagem de capa: Shutterstock/Dmytro Zinkevych

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA






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