Médico alerta: exame de sangue simples prevê infarto em qualquer pessoa — e quase ninguém sabe disso

Tem gente que sai do check-up aliviado só porque o colesterol “deu normal” no laudo. O problema é que a cardiologia já sabe que isso não basta: uma parte enorme dos infartos acontece justamente em pessoas com colesterol dentro da faixa de referência.

Por isso, cada vez mais médicos têm usado um combo de exames de sangue simples para enxergar o risco real de infarto com muito mais clareza – especialmente em quem tem histórico de problema cardíaco na família.

A ideia não é “adivinhar o dia do infarto”, e sim identificar quem está andando por aí com risco alto sem saber. Essa nova forma de olhar o sangue não se limita ao colesterol total e ao famoso LDL.

Ela avalia três pontos que fazem bastante diferença: predisposição genética, inflamação silenciosa e gorduras que não aparecem tão bem nos exames básicos, mas aceleram a formação de placas nas artérias. Exames como Lp(a), colesterol remanescente/residual e hsCRP (PCR ultrassensível) entram exatamente nessa categoria.

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Um dos marcadores que mais tem chamado atenção é a lipoproteína(a), ou Lp(a). Ela é uma partícula de gordura parecida com o LDL, mas com um “acessório” proteico extra que a torna especialmente ligada à formação de placas, inflamação e trombose.

Quem nasce com Lp(a) muito alta carrega um risco maior de infarto e AVC ao longo da vida, mesmo controlando bem o colesterol tradicional. E quase tudo nessa dosagem vem da genética — algo entre 70% e 90% dos níveis é determinado pelos genes.

Por ser um marcador tão ligado à herança familiar, várias diretrizes internacionais já recomendam que todo adulto meça a Lp(a) pelo menos uma vez na vida, de preferência junto com o primeiro painel de colesterol.

Se você tem parentes de primeiro grau que tiveram infarto ou AVC cedo, colesterol muito alto “de família” ou mortes súbitas em idade relativamente jovem, esse exame deixa de ser detalhe e vira peça importante para ajustar o cuidado com o coração.

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Outro ponto é o chamado colesterol remanescente ou colesterol residual. Mesmo quando o LDL está bonitinho no laudo, ainda pode sobrar um “resto” de partículas ricas em triglicérides circulando no sangue – são as frações ligadas a VLDL, IDL e outras lipoproteínas que não aparecem de forma tão explícita no resultado tradicional.

Estudos recentes mostram que esse colesterol remanescente mantém o risco de infarto alto, inclusive em adultos jovens com LDL controlado.

A boa notícia é que, na prática, qualquer laboratório que faz perfil lipídico completo consegue fornecer dados suficientes para calcular esse risco residual, usando medidas como colesterol não-HDL e frações ligadas a triglicérides.

Pesquisas publicadas em grandes revistas médicas reforçam que colesterol não-HDL e colesterol remanescente são marcadores simples, acessíveis e muito úteis para detectar quem ainda tem risco importante de doença cardiovascular, mesmo depois de tratar o LDL.

O terceiro pilar desse tal “exame de sangue que prevê infarto” é a inflamação crônica, medida pelo exame de PCR ultrassensível (hsCRP).

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Diferente da PCR comum, usada em pronto-socorro para detectar infecção aguda, a versão de alta sensibilidade consegue flagrar uma inflamação de fundo, ligada ao processo de entupimento das artérias.

Níveis persistentemente altos de hsCRP (especialmente acima de 3 mg/L, na ausência de gripe, infecção ou trauma recente) estão associados a mais infartos, AVCs e até maior mortalidade ao longo do tempo, mesmo quando o colesterol está em alvo.

Quando você junta tudo isso, o tal exame “que prevê infarto” ganha forma: é um conjunto de testes simples que praticamente todo laboratório de análises clínicas já oferece, mas que nem sempre são pedidos no check-up básico. Na prática, o cardiologista pode montar um painel com:

  • perfil lipídico completo (colesterol total, LDL, HDL, triglicérides e, se possível, cálculo de colesterol não-HDL e colesterol remanescente);
  • dosagem de Lp(a), feita uma vez na vida ou repetida em casos específicos;
  • hsCRP para avaliar se existe inflamação residual relevante.

Essas informações, combinadas com pressão arterial, tabagismo, diabetes, idade e outros fatores, permitem calcular um risco bem mais próximo da realidade do que olhar só para o “colesterol de praxe”.

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Diretrizes mais recentes reforçam justamente isso: usar esses marcadores como refinadores de risco, ajudando a decidir se vale intensificar remédio, mudar estratégia ou investigar mais a fundo.

Se na sua família tem histórico de infarto, AVC ou morte súbita em idade precoce, ou se você já trata colesterol, diabetes ou hipertensão, vale conversar com seu médico sobre esse painel mais completo.

Não é exame “exótico”: são coletas de sangue feitas em jejum (ou até sem jejum, no caso da Lp(a) e da hsCRP), com custo semelhante a outros testes de rotina em muitos laboratórios.

O ponto-chave é ter alguém qualificado para interpretar o conjunto – e, a partir daí, usar o resultado para agir antes do susto, ajustando estilo de vida e tratamento de forma personalizada.

Saiba mais assistindo ao vídeo do Dr. Adalho Fregona.

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