Dizem que certos endereços carregam lições próprias, e os muros seculares de Oxford parecem dispostos a provar isso mais uma vez.
É ali, entre bibliotecas góticas, pubs cheios de histórias e jardins que exalam o perfume do outono, que o longa My Oxford Year espalha seu charme: romance pontuado por dilemas que qualquer jovem adulto reconhecerá num piscar de olhos.
Logo de cara conhecemos Anna, bolsista americana que aterrissa na Inglaterra com uma lista de metas tão longa quanto as prateleiras do Bodleian Library. Currículo brilhante, discursos memorizados e zero intenção de distrações.
Leia também: Baseado em uma história real, mãe desesperada tenta achar filha neste filme espetacular da Netflix
Só que planos bem alinhados raramente resistem à vida real — e tudo sai do eixo quando ela tromba, literalmente, com Jamie durante uma festa de boas‑vindas no campus.
Jamie exibe aquele senso de humor afiado que só quem cresceu fazendo trocadilhos sobre a hora do chá domina. Ele nasceu para render conversa, seja debatendo Shakespeare ou defendendo o Derby County.
A química entre os dois explode de imediato, abrindo espaço para questionamentos que Anna vinha empurrando para um canto da mente: será que ter sucesso significa sacrificar todo o resto?
A direção aproveita cada arco da Ponte Hertford e cada quadra de rugby do Christ Church Meadow para costurar cenas que transitam entre drama e ligeiros toques de comédia.
Trocas de olhares em claustros iluminados por vitrais, discussões acaloradas em cafés de pedra aparente e caminhadas na chuva fina tornam‑se metáforas visuais das escolhas que definem o futuro dos personagens.
Nos papéis principais, Sofia Carson entrega intensidade comedida — nada de exagero de lágrimas — enquanto Corey Mylchreest equilibra ironia elegante e vulnerabilidade genuína.
O time coadjuvante inclui Dougray Scott, que dá vida a um professor exigente, e Catherine McCormack, responsável pela mentoria que Anna não sabia que precisava. Cada um deles repete o recado implícito do roteiro: ninguém cresce sozinho.
Veja o trailer:
Falando em roteiro, vale lembrar que a história assinada por Julia Whelan percorreu um caminho curioso. Primeiro nasceu como script, virou romance best‑seller e agora retorna à tela grande, polida por Allison Burnett e Melissa Osborne.
Essa ida e volta garante diálogos afiados, prontos para caber tanto na página quanto na câmera, além de frases de impacto que casam com citações de Tennyson inseridas em momentos‑chave.
E se Oxford funciona quase como terceiro protagonista, há razão para isso. Cada panorama ressaltado pela fotografia esverdeada reforça o peso da tradição que, aqui, não sufoca, mas desafia.
A paisagem acadêmica, que já inspirou C. S. Lewis e Tolkien décadas atrás, ecoa no dilema de Anna: escolher um caminho profissional impecável ou ouvir o coração — questão que faz o público se perguntar o que deixaria para trás diante de uma oportunidade única.
Leia também: Não existe filme ruim com Mads Mikkelsen! Veja 5 produções incríveis com o ator para assistir em casa
Compartilhe o post com seus amigos! 😉