Pesquisa ensina o jeito certo de dizer “não”

Por Humberto Abdo

No ambiente de um escritório, é comum existir aquele funcionário que sempre acaba ouvindo as reclamações de todos os colegas de trabalho. Um certo termo em inglês, cunhado por psicólogos, costuma ser usado para definir este papel: toxic handler, algo como o “treinador” ou “encarregado tóxico”.

A verdade é que não existe maneira fácil de fugir de situações e pedidos capazes de atrapalhar sua rotina ou afetar sua energia: depois que você fica conhecido como uma pessoa que diz “sim” para quase tudo, é ainda mais difícil dizer “não” àqueles que desejam sua atenção e tempo.

Mas de acordo com um estudo publicado no periódico Journal of Consumer Research, a saída é simples: escolha suas palavras com cuidado.

Os pesquisadores da Faculdade de Boston e da Universidade Houston, ambas nos Estados Unidos, explicaram que a maneira como fazemos certas afirmações têm efeitos diferentes sobre as pessoas. Dizer “eu não como isso” em vez de “eu não posso comer isso”, por exemplo, fez com que os participantes da pesquisa se sentissem mais psicologicamente preparados para resistir à tentação de comer.

A ideia de fazer afirmações firmes dizendo “não” também pode funcionar em outros cenários: quando você decide se exercitar todos os dias, diga um motivador “eu não falto às aulas da academia” em vez de “não posso faltar às aulas”.

A razão, explicou a editora da revista SUCCESS, Mel Robbins, em um vídeo sobre o estudo, envolve o espaço para réplica que você deixa ao falar em tom de incerteza. “Ao falar consigo mesmo ou com outras pessoas, dizer ‘não posso’ sugere que você talvez queira fazer aquilo, mas algo o impede”, disse. “Essa escolha de palavras demonstra que, em outras circunstâncias, você aceitaria o pedido que foi feito; ao dizer ‘não vou fazer’ no lugar de ‘não posso’, você não abre espaço para debate.”

TEXTO ORIGINAL DE REVISTA GALILEU

Imagem de capa: Shutterstock/ Yuliya Evstratenko






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