Recebia 2 refeições por dia, diz mulher internada à força pela filha

No dia 6 de fevereiro, Maria Aparecida Paiva, de 65 anos, foi internada à força em uma clínica psiquiátrica em Correas, distrito de Petrópolis, no Rio de Janeiro, pela sua filha, Patrícia de Paiva Reis, e pelo genro, Rafael Machado. Segundo a Polícia Civil, a internação foi realizada sem o consentimento da paciente e de forma ilegal.

Maria Aparecida ficou internada na clínica Vista Alegre por 17 dias e, em depoimento à polícia, relatou que foi mantida em um quarto quente, sem janela, com apenas uma cama, um vaso sanitário e uma pia. Ela também afirmou ter recebido apenas duas refeições por dia, quando conseguia beber água, e que era obrigada a ingerir remédios durante os atendimentos médicos.

A idosa disse ainda que a mulher que a pegou em casa para levá-la à clínica retirou seus pertences e seu celular, e que teve que agachar diversas vezes, nua, até ser direcionada para o quarto onde ficou trancada.

Maria Aparecida revelou que, durante o período de internação, não falou com qualquer médico. O primeiro atendimento aconteceu após cerca de seis dias e foi feito por um homem que se identificou como “Doutor Vitor”. Ao questionar sobre sua alta, Maria Aparecida ouvia que teria que falar com a filha, Patrícia de Paiva Reis.

O casal foi preso preventivamente por suspeita de sequestro e cárcere privado. Segundo a polícia, Patrícia de Paiva Reis tem uma extensa ficha policial, com cinco processos por calúnia, estelionato, extorsão e furto em veículo, entre 2019 e 2020, além de ser investigada em dois processos por falsas acusações contra ex-namorados enquadrados na Lei Maria da Penha.

Em relatório, a equipe do SAMU que atendeu ao chamado da filha de Maria Aparecida em janeiro informou que a paciente apresentava discurso coeso, linear e coerente, sem presença de delírios ou algo que sugerisse transtorno psiquiátrico de agressividade. A equipe relatou que Maria Aparecida estava retraída e disse ter medo da presença da filha, contando que a relação entre as duas era conturbada.

A Clínica Vista Alegre, onde Maria Aparecida foi internada, ainda não se manifestou sobre as condições relatadas pela paciente, mas afirmou em nota que colabora com as autoridades e que está à disposição para prestar esclarecimentos sobre o caso.

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Com informações de G1






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