Ter a sorte de se “conectar” a alguém é algo verdadeiramente mágico

Coincidir com alguém é uma coisa simples, fazemos isso frequentemente, ou mesmo todos os dias com dezenas de pessoas. No entanto, o que é verdadeiramente mágico é entrar em “conexão”, entrar na mente e no coração e descobrir rapidamente como nossos mundos estão se harmonizando, como podemos ver galáxias onde outros veem apenas poças d’água e como nossas risadas explodiram ao mesmo tempo pelas mesmas razões…

Somos frequentemente caracterizados por essa atração pelo mundo da ficção científica ou fantasia, sem entender que a própria vida contém processos ainda mais incríveis, mágicos e desconhecidos. O que há nessa conexão entre duas pessoas para que, sem se conhecerem, elas coincidam no mesmo ponto e no mesmo local e sejam atraídas uma pela outra?

Não estamos apenas falando sobre o amor à primeira vista, mas também sobre essa maravilhosa conjuntura que constrói as amizades mais fortes, aqueles que esquecem totalmente o tempo e a distância, mas convivem com cumplicidades, pactos e harmonia emocional em que há preocupação mútua e ternura sincera.

As pessoas se conectam, como certos átomos ou a lua quando atrai a água do oceano causando marés. A vida pode ser a seguinte: deixar essa conexão fantástica que estabelecemos com algumas pessoas ao longo de nossas vidas nos leva a um certo ponto, sendo essa conexão parte de um processo de crescimento no qual nos permitimos aprender, compartilhar, ajudar e ser ajudado, deixando um traço emocional indelével em outros corações…

As leis da atração na amizade

Quando falamos sobre relacionamentos afetivos, ou mesmo amizade, as pesquisas sempre se concentram mais nos benefícios desse tipo de conexão do que no seu desencadeamento: esses processos subjacentes que configuram essa “conexão mágica” repentina, mas ainda crucial. Bem, mas agora temos que olhar para um aspecto essencial que parecerá muito curioso para nós.

A amizade esconde processos muito mais complexos do que aqueles que determinam a simples atração de um casal. Há uma série de leis e dinâmicas psicológicas que são interessantes de conhecer.

A autorrevelação

As amizades mais autênticas não se baseiam apenas em compartilhar paixões comuns ou ter os mesmos gostos ou valores. De fato, ter bons momentos juntos também não determina a força e a transcendência de uma amizade.

Especialistas em psicologia social sabem que há um ponto de inflexão que determina se uma amizade vai durar ou não. Estamos falando aqui sobre autodescoberta. Como indivíduos, precisamos compartilhar nossas preocupações, medos e preocupações com os outros para obter apoio, para sentir essa intimidade e cumplicidade terapêutica.

No momento em que passamos confiança para a outra pessoa e onde a outra pessoa é capaz de mantê-la, protegê-la e nos apoiar, a magia começa. Quando essa amizade abre nosso coração e nos oferece suas próprias revelações, essa magia é perpetuada.

O “cimento” emocional e a lei do espelho

Uma vez que sabemos perfeitamente que podemos confiar nessa pessoa, também precisamos de outros processos que consolidem esse vínculo de poder que surgiu de um evento fortuito. Naturalmente, estamos falando de tais “dons emocionais” como, por exemplo, lealdade, consideração, apoio incondicional, reconhecimento, sinceridade ou a capacidade de promover nosso desenvolvimento pessoal.

Há outro pensamento, ainda mais interessante, dos psicólogos sociais Carolyn Weisz e Lisa F. Wood, da Universidade de Puget Sound, em Tacoma, Washington. Estamos falando sobre a teoria do espelho ou o princípio do espelho da amizade. Na verdade, é algo tão básico quanto transcendente.

Entrar em conexão com alguém supõe encontrar uma pessoa que corresponda à nossa identidade; é alguém que freqüentemente age como nosso próprio reflexo ou ponto de equilíbrio, centro pessoal. O bom amigo será aquele que pode nos dizer, por exemplo, que essa escolha que fizemos ou que a pessoa por quem nos apaixonamos – não corresponde à nossa essência ou nos transforma. em algo que não somos ( estamos nos afastando do nosso próprio reflexo).

Nossos cérebros precisam se “conectar” a pessoas especiais

Podemos chamar isso de intuição ou sexto sentido, mas nosso cérebro sabe muito frequentemente com quem é melhor “conectar-se”, com qual pessoa devemos sair para beber um café para diluir as frases e tirar esperanças com a fumaça um chocolate quente, ou um que é melhor evitar, a fim de pôr de lado uma amizade possível com base no interesse.

Podemos chamá-lo de intuição ou sexto sentido, mas nosso cérebro sabe muitas vezes com quem é melhor “conectar-se”, com qual pessoa devemos sair para tomar um café, uma cerveja, prosear e atrair esperanças com a fumaça de um chocolate quente, ou aquela que é melhor evitar, a fim de deixar de lado uma possível amizade baseada no interesse.

Nossos cérebros amam amizades sólidas e duradouras por uma razão muito concreta: elas nos ajudam a sobreviver, a dar mais significado às nossas vidas diárias. Esse elo é uma aspirina para o estresse, é o bálsamo que regula nossos altos níveis de cortisol e também é uma injeção de dopamina e serotonina que impulsiona uma onda de felicidade.

Vamos por acaso, deixemos a vida nos conectar por mágica àquelas pessoas especiais que tornam nossa realidade um playground mais maravilhoso, mais quente e mais interessante.

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Texto adaptado do site Nos Pensées / Imagem de capa: Pexels

Photo by Pablo Merchán Montes on Unsplash






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