As chamadas “canetas emagrecedoras” acabam de ganhar uma versão 100% produzida no Brasil e já têm data para chegar às farmácias: segunda-feira, 5 de agosto.
Desenvolvidos pela farmacêutica EMS, os medicamentos Olire e Lirux usam a liraglutida — princípio ativo que até agora só estava disponível em opções importadas como Saxenda e Victoza, da dinamarquesa Novo Nordisk. A produção nacional foi liberada depois que as patentes desses produtos venceram no ano passado.
A liraglutida age imitando o hormônio GLP-1, retardando o esvaziamento do estômago, aumentando a sensação de saciedade e estimulando a liberação de insulina. Com isso, ajuda tanto no controle de peso quanto na regulação da glicemia.
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Estudos apontam que o tratamento pode levar a uma perda média de 4 a 6 quilos, com parte dos pacientes atingindo redução de 5% a 10% do peso corporal, além de melhorias em indicadores de saúde cardiovascular.
Na prática, o Olire será usado no controle da obesidade, com aplicação diária de 3 mg, enquanto o Lirux será indicado para diabetes tipo 2, com dose de 1,8 mg por dia. Diferente da semaglutida — presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy —, a liraglutida precisa de aplicação diária e não semanal.
O preço sugerido pela EMS é de R$ 307,26 para uma caneta, R$ 507,07 para o Lirux com duas unidades e R$ 760,61 para o Olire com três. Quem se cadastrar no programa de descontos da fabricante terá 10% de abatimento.
A expectativa era que as versões nacionais fossem até 20% mais baratas que as importadas, mas promoções recentes de Saxenda e Victoza vêm ultrapassando 30% de desconto, deixando a disputa de preços bem equilibrada.
As vendas começam nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, tanto online quanto em lojas físicas nas regiões Sul e Sudeste, com expansão prevista para o restante do país nas próximas semanas. A EMS espera colocar 250 mil unidades no mercado até o fim de 2025.
O investimento para viabilizar essa produção ultrapassou R$ 1 bilhão. Em 2023, a farmacêutica inaugurou em Hortolândia (SP) a primeira fábrica de peptídeos do Brasil, com capacidade para fabricar 20 milhões de canetas por ano.
A empresa já trabalha para lançar, em 2026, uma versão nacional da semaglutida, cuja patente expira em breve no país.
A Anvisa aprovou o uso da liraglutida para controle de peso em adultos com obesidade (IMC a partir de 30 kg/m²) ou sobrepeso (IMC acima de 27 kg/m²) associado a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono. A agência reforça que o medicamento deve ser aliado a dieta e exercícios, e seguirá monitorando sua segurança.
Mesmo com mecanismos semelhantes, semaglutida e liraglutida têm diferenças importantes: a primeira é aplicada semanalmente e costuma gerar uma perda de peso de 15% a 17%, contra cerca de 10% observados com a segunda. Além disso, a semaglutida mostrou resultados mais consistentes na redução da fome e no controle do apetite.
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