Se sua chegada não é gostosa, sua pegada não vale nada

Tem chegada que é tão brusca, é tão “já tô aqui!” (e com exclamação mesmo), sendo que você nem queria que a pessoa chegasse ou até queria, mas deixou de querer depois que a pessoa chegou. São chegadas de quem quer adentrar o território, tomá-lo, ao invés de ser tão agradável que a própria pessoa abra as portas e o convide.

Gostosa mesmo é aquela chegada que parece que a pessoa já tinha pesquisado sobre você e, estranhamente, você também sobre ela. A sensação é algo como “se achegue mais um pouco”. As conversas vêm e vão de forma tão harmônica, daquelas que parece que os dois não conseguem parar de falar e de alimentar a chama da troca de ideias. Aquela chegada que você achava que seria apenas uma conversa curta, rápida, mas tornou-se numa conversa que você não queria que acabasse e você fica até chateado porque às vezes realmente estava apenas de passagem e não poderia ficar muito tempo, só que gostou tanto que casualmente até propõe uma troca de números de telefone… Ou whatsapp.

Gostosa mesmo é aquela chegada que quando acaba e você vai embora, a conversa ainda continua acontecendo na tua cabeça e você não consegue (e nem quer) parar de criar cenários e assuntos. A chegada foi tão boa que a pessoa já foi, mas ainda está ali.

Aquela chegada que você não vê a hora da pessoa se achegar novamente. Ou então você espera encontrar outra pessoa com uma chegada tão forte e gostosa assim. Uma chegada tão gostosa que você tem vontade de se afastar só pra pessoa se achegar de novo, e de novo, e de novo… Mas e quem disse que eu quero me afastar? Eu quero é que ela se achegue sem sair daqui!

Gostosa mesmo é aquela chegada suave, leve, como se você não estivesse ali, mas que de fato já está ali, que de fato já chegou. Aquela chegada que não se percebe e quando menos se nota já está tá ali. Aquelas que não necessariamente teve a intenção de chegar, mas sem que nenhum dos dois notasse, a conexão já tinha ocorrido, a conversa já estava tão fluida que não se sabia como tinha sido, como tinha decorrido até chegar aquele ponto.

É… Definitivamente, ter uma chegada gostosa é tão importante quanto uma pegada gostosa.






Estudante de Psicologia; cronologicamente, 23 anos. Acredita piamente que o amor é a resposta, não importando a pergunta. Eterno peregrino do Caminho do Meio. Vive entre a poesia e a filosofia, onde encontra a psicologia nesse eixo e transborda tudo na escrita