Atenção: Nova série da Netflix é altamente viciante; você não vai conseguir ver só 1 episódio

A nova série espanhola da Netflix, Legado Corrompido, estreia mergulhando de cabeça em um universo de ambição, chantagens e disputas familiares. Com uma pegada que lembra o sucesso norte-americano Succession, a produção criada por Carlos Montero (Élite) entrega uma narrativa densa e atual, sem medo de explorar os bastidores sombrios da imprensa e da elite empresarial.

A trama gira em torno de Federico Seligman (José Coronado, em mais uma performance impecável), um magnata da comunicação que retorna ao comando de seu império midiático após dois anos afastado por problemas de saúde. À sua espera, não estão filhos amorosos ou uma empresa estável, mas sim um ninho de cobras: traições internas, escândalos públicos e uma rede de corrupção que ameaça destruir o legado que ele construiu.

Cada episódio, habilmente dirigido por Carlota Pereda e Eduardo Chapero-Jackson, é uma peça de xadrez em que os herdeiros de Seligman — Yolanda (Belén Cuesta), Andrés (Diego Martín), Guadalupe (Natalia Huarte) e Lara (María Morera) — movimentam-se em busca de poder, atenção e, às vezes, redenção. As atuações são um dos pontos altos da série, com destaque para Belén Cuesta, que equilibra vulnerabilidade e frieza de forma brilhante.

Apesar da semelhança temática com outras séries sobre dinastias disfuncionais, Legado Corrompido se diferencia ao contextualizar seus dilemas dentro da realidade espanhola, abordando a crise do jornalismo tradicional, o envolvimento da imprensa com o poder político e militar, e o colapso moral de instituições que deveriam zelar pela verdade.

O roteiro, por vezes, se entrega ao didatismo e a algumas soluções previsíveis, mas compensa com diálogos afiados e reviravoltas que realmente surpreendem. O desfecho da primeira temporada, aliás, é corajoso e deixa portas abertas para uma continuação ainda mais sombria — com assassinatos, conspirações e negócios sujos vindo à tona de forma chocante.

No fim das contas, Legado Corrompido é mais do que um drama familiar. É um retrato inquietante sobre até onde pessoas comuns podem ir em nome do poder — e o que resta de um nome quando o legado é, no fundo, só mais um produto da corrupção.

 






Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.