Bullying e falta de assertividade: consequência na vida adulta

Em muitos casos que venho atendendo na clínica, analisei que grande parte dos problemas enfrentados por esses pacientes são decorrentes de violências verbais, o famoso bullying, sofrido quando crianças/adolescentes, ou seja, fazem parte da história de contingências da pessoa.

Mais do que só piadas e brincadeiras de mal gosto, o bullying causa prejuízos funcionais, cognitivos e sociais, ansiedade, insatisfação, baixa autoestima/autoconfiança, isolamento social e até mesmo pessoas agressivas. Os principais transtornos encontrados frente a isso são transtorno de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e fobia social.


É claro que quem apresenta esses déficits não precisa ter sofrido bullying; assim como o professor Hélio, em seu texto algumas considerações sobre os “traumas” como geradores de dificuldades comportamentais, emocionais e afetivas considera um equívoco considerar apenas eventos traumáticos como causadores de dificuldades comportamentais, pois muitas pessoas passaram por contingências aversivas e não tiveram nenhum prejuízo em relação a isso.

Então o problema estaria no repertório do indivíduo, na resiliência, na capacidade da resolução desses conflitos e na combinação desses eventos traumáticos com outros eventos da história da pessoa. Assim, a pessoa pode ter passado situações que evocaram sentimentos semelhantes sentidos quando sofria o bullying e que fizeram-no generalizar a situação, recebido pouco reforço positivo, exposto a muitas punições, frustrações, problemas familiares e desde quando crianças já podiam ser consideradas pessoas inassertivas.


De acordo com Guilhardi (2013), esses sentimentos de autoestima precisam ser instalados e , para persistirem ao longo do tempo, precisam ser consequenciados por contingências de reforçamento atuais, pois, se não tiver nenhuma contingência aversiva na história atual, se enfraquecerão.


Assim, a psicoterapia é muito importante para entender como essas patologias ou dificuldades comportamentais surgiram, como persistem até hoje, ter uma reestruturação cognitiva e instalar novos comportamentos funcionais.

Imagem de capa: Shutterstock/Lopolo






Psicóloga formada pela Puc-Campinas e em terapia por contingências de reforçamento (TCR) pelo Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento (ITCR), aonde curso especialização. Procuro sempre me aperfeiçoar nas áreas de interesse, estando por dentro das novidades da análise do comportamento no contexto da clínica, psicologia hospitalar, orientação vocacional, psicologia escolar. Fiz aprimoramento em ABA para autistas e além de atuar no contexto da clínica, faço treinamento em serviço na UNICAMP, aonde atendo muitos casos de transtornos mentais. Sempre me interessei muito por textos que abordam assuntos psicológicos, sentimentos, personalidade, relacionamentos e sempre gostei muito de escrever temas psicológicos e acredito que escrevendo também se aprende, por isso tento criar novos conteúdos em relação ao que aprendo e compartilhar conhecimentos. Sou bastante curiosa, proativa, organizada e determinada. Espero ser uma forma de crescimento e que os conteúdos possam ajudar a todos.