Cura para Alzheimer pode estar nas células de gordura do corpo humano

Os resultados de um estudo recente, realizado nos EUA, indicam que a administração de células do tecido adiposo em pessoas com Alzheimer é capaz de atrasar o declínio das capacidades cognitivas, característico desta doença.

Participaram do estudo dez pessoas com uma média de 76 anos e que vivem há cerca de seis anos como Alzeheimer, aos quais foram administradas entre uma a oito doses de células estaminais do tecido adiposo autólogo (do próprio), obtidas através de lipoaspiração.

Em vez da progressiva deterioração cognitiva que tipicamente se observa na doença de Alzheimer, os pesquisadores observaram, em oito doentes, uma estabilização ou mesmo melhora nas capacidades cognitivas. Em três dos doentes notou-se, ainda, uma melhora da performance nos testes de memória e nos níveis de proteína tau (uma das proteínas com papel fundamental na doença de Alzheimer). Para além disso, em dois doentes observou-se o aumento do volume do hipocampo – zona do cérebro relacionada com a memória – o que indica que houve crescimento da massa cerebral nesta região. Apenas dois doentes apresentaram complicações, que foram rapidamente resolvidas.

Estes resultados estão em concordância com um estudo anteriormente realizado em animais, em que se demonstraram melhoras na capacidade de aprendizagem e memória nos camundongos tratados com células estaminais do tecido adiposo, comparativamente aos não tratados, diminuição da proteína beta amiloide acumulada no cérebro e um aumento da formação de novos neurónios no hipocampo.

Agora, os investigadores planejam avançar com um ensaio clínico de fase II, de forma a demonstrar, com maior robustez, a eficácia das células estaminais do tecido adiposo no tratamento da doença de Alzheimer.

Segundo Bruna Moreira, pesquisadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “com o aumento da população em idade avançada, é cada vez mais importante a realização de estudos que permitam desenvolver terapias inovadoras para o tratamento do Alzheimer”.

“Há, no entanto, um longo caminho a percorrer até que este tipo de terapia possa ser disponibilizada de forma abrangente, incluindo a realização de estudos com maior número de doentes.”, acrescenta a cientista.

A doença de Alzheimer é a principal causa de demência a nível mundial, estimando-se que haja mais de 28 milhões vivendo com esta doença. Os sintomas incluem perda de memória e alterações na capacidade de concentração e aprendizagem. Atualmente, os tratamentos disponíveis para gerir a doença são incapazes de impedir a sua progressão, visando fundamentalmente melhorar os sintomas. Desta forma, é de extrema importância encontrar soluções terapêuticas capazes de prevenir e tratar a doença de Alzheimer.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Notícias ao Minuto.
Imagem destacada: © iStock






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