Depressão e fast-food: quem se alimenta de “lixo” fica doente

Em recente publicação em seu blog na Uol, o médico psiquiatra Luiz Sperry traça um paralelo entre a alimentação, os hábitos e o surgimento de transtornos mentais que abalam a saúde mental, como a depressão.

“Não acredito que as pessoas fiquem deprimidas por causa de fatores estritamente biológicos. Acho que ter uma vida boa, se divertir, ter relacionamentos bons no trabalho e no amor são os principais fatores para a gente não ficar doente. (…) Se a pessoa come muito mal, dorme muito mal e vai se envenenando aos poucos isso com certeza vai contribuir para que ela vá parar no fundo do poço.” , destaca Sperry.

O psiquiatra ainda vai fundo nas origens dos hábitos alimentares cada vez mais nocivos dos brasileiros. “Em geral as pessoas dedicam cada vez menos tempo para o preparo e o consumo das refeições. Com onze milhões de desempregados no país, ninguém pode vacilar, porque tem fila para pegar a sua vaga. Com isso as pessoas se submetem a rotinas de trabalho cada vez mais pesadas e comem cada vez pior. Entre restaurantes por quilo, deliverys, bandeijões e dogões, as pessoas vão se desnutrindo a cada dia.”

Má Alimentação X Saúde Mental

“Em relação à depressão especificamente, sabemos que existem diversos nutrientes que têm relação com a doença. Pessoas com deficiências de certas substâncias tendem a ter mais depressão e a ter depressões mais graves. Entre essas se sobressaem os ômega 3, que são um tipo de gordura, as vitaminas do complexo B, sais minerais e alguns aminoácidos, que são os constituintes das proteínas.”

Os ômega 3 são normalmente encontrados em peixes, mais em uns do que em outros (principalmente em peixes de água fria, como salmão ou sardinha). Populações com alto consumo de pescados apresentam menos depressão que populações com baixo consumo. O próprio ômega 3 entre 1,5 e 2g ao dia tem ação antidepressiva.

De acordo com o psiquiatra, os carboidratos são importantes porque são fundamentais no metabolismo do triptofano, que é o aminoácido que vai virar serotonina no cérebro. Por isso quem faz as famosas dietas low carb tem um risco maior de ficar deprimido.

O mesmo vale para proteínas, ainda segundo Sperry. “Como nós somos capazes de produzir apenas uma parte dos aminoácidos do nosso organismo, a outra parte tem que vir da dieta (os aminoácidos chamados essenciais). Por isso é importante ter uma dieta com proteína de diversas fontes, o que é um problema para quem tem uma alimentação vegetariana ou vegana.”

O psiquiatra destaca ainda que as vitaminas do complexo B, presentes numa grande variedade de alimentos, é muito importante para o funcionamento cerebral, em especial o ácido fólico, também conhecida por vitamina B9. “Tenho utilizado um vários casos a sua forma ativa, o metilfolato de cálcio, que ajuda a potencializar o efeito dos antidepressivos e é muito seguro.”

“Não existe super-alimento que vai suprir tudo. Não dá para comer a mesma coisa todo dia; nem arroz e feijão. E se te der uma vontade imensa de comer um hot dog, vá lá e coma. E não pense mais nisso nos próximos 30 dias”, finaliza.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Uol Viva Bem/ Blog Luiz Sperry.
Foto destacada: Istock.






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