O fisiculturista russo Nikita Tkachuk faleceu nesta semana, aos 35 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos causada por aplicações contínuas de substâncias químicas para aumento muscular. A informação foi divulgada pela agência East2West e confirmada por sua esposa, Maria Tkachuk, também fisiculturista.
Conhecido pelo físico extremamente volumoso — considerado inalcançável apenas com treinamento — Nikita era usuário de anabolizantes e Synthol, uma substância oleosa composta por ácidos graxos, lidocaína e álcool benzílico. Ele havia assinado contrato com uma empresa farmacêutica para promover o produto e, segundo relatos, era impedido contratualmente de interromper as aplicações.
“Seus rins entraram em falência, ele sofreu edema pulmonar e o seu coração parou. Houve muitas provações ao longo dos anos. Seus recursos se esgotaram”, declarou Maria, de 36 anos, em uma rede social. Nikita foi internado com insuficiência pulmonar e renal e, após um ataque cardíaco, acabou sendo colocado em coma induzido, mas não resistiu.
O fisiculturista ganhou notoriedade ao conquistar, aos 21 anos, o título de Mestre do Esporte na Rússia, com marcas impressionantes de levantamento de peso: 350 kg no levantamento-terra, 360 kg no agachamento e 210 kg no supino.
Com o tempo, porém, passou a recorrer ao uso de Synthol — substância também utilizada por Kirill Tereshin, o “Popeye russo” — para potencializar a aparência de seus músculos. O uso do composto é motivo de preocupação entre especialistas, já que pode causar sérios efeitos colaterais, como embolia pulmonar, infecções, AVC, lesões nervosas e necrose muscular.
A saúde de Nikita se deteriorou ainda mais após ele contrair a Covid-19. A doença teria agravado o quadro clínico já fragilizado pelo uso excessivo dos produtos químicos.
O caso reacende o debate sobre os limites da busca pelo corpo ideal e os perigos do uso indiscriminado de substâncias estéticas no fisiculturismo.
