Gêmeas completam 100 anos mais unidas que nunca: “Fazemos tudo juntas desde que nascemos”

Todas as quintas-feiras pela manhã, Norma Matthews e sua irmã gêmea, Edith Antoncecchi, penteiam cuidadosamente os cabelos e às vezes vestem roupas combinadas. Em seguida, elas pegam uma carona para uma igreja em São Petersburgo, na Flórida, para a hora musical Golden Heirs para idosos.

Elas vão pelo café e pelas rosquinhas, e também para ouvir a música que sabem de cor. Além disso, elas também absorvem a atenção que recebem. “As pessoas adoram que ainda estamos juntas”, disse Norma. “Fizemos tudo juntas desde o dia em que nascemos.”

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As irmãs gêmeas idênticas completaram 100 anos em dezembro e se tornaram celebridades em sua comunidade desde que apareceram no jornal local Tampa Bay Times, como bem explicou Edith, que insiste em ser chamada de “Edy”.

“As irmãs chamam a atenção onde quer que vão”, disse Margaret Shaffer, uma vizinha que muitas vezes as leva para a hora musical. “Edy é mais quieta e Norma é a mais tagarela”, disse ela. “Se você as levar a um restaurante, logo vai perder Norma, pois ela precisa se levantar e conversar com todos.”

“Mas ambas iluminam qualquer ambiente”, disse ela.

As gêmeas, nascidas em 23 de dezembro de 1921, tiveram muitos altos e baixos em suas vidas e suportaram um escândalo de sua época.

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Filhas de pais imigrantes italianos, elas nasceram em Revere, Massachusetts. O pai trocou a mãe por outra mulher quando as meninas tinham apenas 13 anos, e a mãe arrumou um emprego em uma fábrica de calçados para pagar as contas.

“Quando ele se divorciou de nossa mãe, outras crianças nos evitavam como se tivéssemos uma doença”, disse Norma. “Foi considerado um escândalo.” Isso foi um dos motivos que as levaram a desenvolverem uma casca dura para enfrentar todas as dificuldades. “Decidimos que não precisávamos das outras crianças esnobes”, acrescentou Edy, que é a mais velha por alguns minutos. “Nós fizemos nossa própria diversão.”

Ela e Norma costumavam vestir roupas iguais para pregar peças em seus professores trocando de classe. Além disso, se divertiam ajudando a mãe a cuidar de seu irmão mais novo, John. “Não foi fácil, mas nos divertimos muito”, disse Edy, lembrando de como elas faziam peças e shows de marionetes, e compartilhavam segredos, guarda-roupas e até a mesma cama de latão.

Depois que sua mãe se casou novamente, os rapazes tinham que pedir permissão para levá-las em caminhadas porque elas não estavam autorizadas a namorar, disse Norma. Mas depois do ensino médio, quando ela se tornou cabeleireira e Edy entrou para a enfermagem, cada uma conheceu alguém com quem queria se casar.

“Pela primeira vez, estaríamos vivendo separadas”, disse Norma. “Então decidimos que era importante que sempre vivêssemos o mais próximo possível uma da outra.”

Quando ela se casou com Charles Matthews no Dia dos Namorados, em 1943, e Edy se casou com Leo “Chick” Antoncecchi, três meses depois, elas se estabeleceram próximas uma da outro na área de Boston por 51 anos.

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Norma criou três filhos e passou muitos anos de luto por uma filha que faleceu aos 2 anos, um golpe esmagador. Edy experimentou uma agonia semelhante há quatro anos, quando um de seus dois filhos partiu.

“Edy estava sempre ao meu lado, e eu tembém sempre estive disponível para ela”, disse Norma. “Sempre que eu ficava doente, Edy de alguma forma sabia. Ela me ligava ou vinha correndo para ter certeza de que eu estava bem.”

O marido de Edy, Leo, faleceu em um acidente de carro em 1994, e o marido de Norma, Charles, faleceu de Alzheimer vários meses depois. Desoladas, as irmãs decidiram que uma mudança de cenário as ajudaria a se curar. Eles se mudaram para a Flórida em 1995, onde passaram a viver novamente sob o mesmo teto – desta vez em um parque de trailers.

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Embora ambas estejam bem de saúde, elas não dirigem mais e confiam na bondade de amigos e vizinhos, disse Edy. “Eles nos dão carona para a igreja e o supermercado”, disse ela, acrescentando que Norma cozinha na maioria das vezes.

Norma disse que cozinha refeições saudáveis, como salmão assado e ovos escalfados na torrada, mas o verdadeiro segredo para a longevidade das irmãs é “não beber, não fumar e viver uma vida limpa, então vamos para o céu”.

Seu compromisso com sua fé cristã ajudou a orientar suas escolhas de vida, disseram elas. “Só existe céu e inferno, então perdoe os outros e mantenha-se limpo para seu próprio bem”, disse Norma. “Edy e eu fizemos o nosso melhor para levar isso a sério.”

O filho de Norma, Chuck Matthews, disse que não está surpreso que sua mãe e sua tia tenham resistido por mais de um século.

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“Minha mãe é uma fêmea alfa e tia Edy está feliz em seguí-la”, disse Matthews, 69 anos, que mora em Derry, NH.

No aniversário de 100 anos, mais de 50 parentes voaram para São Petersburgo para homenageá-las em um de seus restaurantes italianos favoritos, disse ele. A empolgante celebração da hora do almoço foi seguida por um longo cochilo, disse Matthews.

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“Às vezes eu ligo e as ouço discutindo ao fundo”, disse Matthews. “Eu digo, ‘Por que vocês estão brigando?’ e elas dizem: ‘Quem está brigando? Não estamos brigando… estamos conversando!”, contou Matthews.

“É tudo parte da conexão especial que elas tem”, acrescentou.

As irmãs confiam muito uma na outra, e disseram que não têm certeza se uma sobreviveria muito tempo sem a outra.

“Nós realmente sentimos que uma não pode partir sem a outra”, disse Norma. “Eu faria qualquer coisa por Edy. Ela é meu tudo.”

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Crescer e The Washington Post.
Fotos: Arquivo Pessoal/Chuck Matthews.






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