Mãe é expulsa de parque aquático por levar comida a filho autista com restrição alimentar

A publicitária Carolina Monteiro, de Brasília, usou seu perfil no Instagram para fazer um desabafo sobre uma situação bastante desconfortável que viveu em um parque aquático quando tentava apenas ter um momento de diversão com o filho.

A mãe disse ter sido expulsa do parque aquático Águas Correntes, em Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal, por supostamente ter entrado com comida no local. O filho da publicitária, Daniel, de 4 anos, tem autismo e, por conta disso, uma restrição alimentar severa.

De acordo com Carolina, o parque havia sido informado com antecedência sobre a situação do menino, inclusive com a apresentação de documentação médica, e aprovado a entrada do lanche. “Ele só come um tipo de salgadinho e alguns tipos de biscoito. A gente foi autorizado a entrar no parque na portaria, revistaram o carro inteiro”, relatou a mãe.

Procurado pelo R7, o gerente do parque, Rafael Toledo, alegou que o caso foi “uma situação adversa ao normal”. “Nunca aconteceu isso com a gente, pegou todo mundo desprevenido.” O gerente ainda reconheceu que houve um conflito. “A criança com autismo não dá sinais, a gente não conseguiu identificar. Quando a gente pediu para ela a documentação, houve um nervosismo”, afirmou. Ele afirmou também que o parque está apurando os fatos.

“Me exponho aqui com toda a indignação de uma mãe que teve que sair puxando seu filho de um momento superalegre e sem entender nada do que estava acontecendo, diante da total incompetência e ignorância dos outros”, declarou a publicitária em seu perfil no Instagram.

Carolina diz que um segurança acompanhou toda a movimentação dela e do filho com o intuito de intimidá-los enquanto o menino brincava na piscina, por causa do lanche que ela tinha levado para a criança. De acordo com ela, o segurança comunicou que eles não podiam ficar no parque e exigiu que eles se retirassem.

“Até para receber nosso dinheiro de volta na saída, tivemos que comprovar como entramos no parque (obviamente compramos os ingressos e entramos pelo mesmo portão que todo mundo)”, escreveu a publicitária.

O que diz a lei

Vigora desde 2012 a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, conhecida tambpem como Lei Berenice Piana. A norma especifica que a pessoa com o transtorno tem direito a uma vida digna e proteção contra qualquer forma de abuso.

Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 4262/2020, que altera a legislação para incluir o direito dos autistas à nutrição adequada. O texto está sendo analisao na Comissão de Constituição e Justiça.

O Código de Defesa do Consumidor considera prática abusiva estabelecimentos que vendem comida proibirem clientes de entrar nos locais com alimentos. A medida só é aceita quando a embalagem representa riscos ao público, como garrafas de vidro.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações do potal R7.
Foto destacada: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS.






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