Mulher causa confusão ao tentar vacinar bebê reborn em posto de saúde

Uma mulher procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Itajaí, no litoral de Santa Catarina, para solicitar que profissionais simulassem a aplicação de uma vacina em uma boneca do tipo “bebê reborn”. O episódio, registrado em janeiro deste ano, foi confirmado pela administração municipal nesta semana.

Segundo nota oficial da prefeitura, a mulher chegou ao posto de saúde acompanhada da filha de quatro anos. Ela alegou que o pedido partiu da criança, que desejava ver a boneca vacinada. A intenção, de acordo com o relato, era filmar a cena e compartilhá-la nas redes sociais.

Inicialmente, os profissionais da UBS solicitaram a carteira de vacinação da menina, supondo que a imunização era para ela. Foi então que a mulher esclareceu que queria a aplicação simbólica no boneco. O pedido foi prontamente recusado pela equipe técnica.

De acordo com a prefeitura, os servidores argumentaram que a prática resultaria em desperdício de insumos públicos, como seringas e agulhas, que são de uso exclusivo em seres humanos. Diante da negativa, a mulher se exaltou e insistiu: “É só abrir uma seringa, só abrir uma agulha e fingir que deu”, teria dito, segundo o relato oficial. Ainda assim, nenhum profissional do posto concordou em realizar a simulação.

O caso foi registrado internamente pela unidade e comunicado aos demais gestores da rede municipal de saúde, como forma de alerta para eventuais tentativas semelhantes.

O fenômeno dos “bebês reborn” tem ganhado espaço nas redes sociais. Vídeos de adultos tratando essas bonecas como se fossem crianças reais, com direito a passeios em carrinhos, alimentação simulada e tentativas de acesso a serviços públicos, são cada vez mais comuns.

A repercussão crescente levou à tramitação de projetos de lei em diversas esferas para evitar abusos. Em Curitiba (PR), a prefeitura publicou um aviso esclarecendo que bonecas reborn não conferem direito ao uso de assentos preferenciais no transporte coletivo. No Congresso Nacional, um projeto de lei apresentado no dia 15 de maio propõe proibir o uso dessas bonecas como justificativa para atendimento prioritário no Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta prevê multa de cinco a vinte salários mínimos para quem tentar obter vantagens indevidas com base nesse argumento — valor que pode dobrar em caso de reincidência.






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