Mulheres são mais cobradas para serem simpáticas do que os homens

Você já notou que quando um homem é mais sério e reservado e não sai por aí distribuindo sorrisos, é descrito como “misterioso”, e uma mulher com o mesmo comportamento é adjetivada como “mal-humorada”, “anitipática” e outros adjetivos grosseiros que não valem à pena ser citados? Sim, na sociedade em que vivemos, as mulheres são mais cobradas para serem simpáticas do que os homens; e se você ainda precisa de provas para acreditar nisso, basta encarar o resultado de uma pesquisa realizada por cientistas alemães, publicada no periódico científico The Economic Journal e divulgada pela revista Galileu.

A pesquisa detectou que aboa relação de mulheres com pessoas de ambos os gêneros depende do nível de simpatia delas próprias. Já para os homens isso não acontece. Em outras palavras, indivíduos do sexo masculino não precisam modificar o seu comportamento para serem aceitos pelos demais.

Para efeitos da pesquisa, os pesquisadores das universidades de Hamburgo e de Frankfurt, na Alemanha, criaram uma experiência de interação em ambiente de laboratório. Divididos em grupos, tanto homens como mulheres avaliavam a simpatia uns dos outros tendo como base fotografias.

Posteriormente, foi pedido aos voluntários que participassem numa atividade na qual tinham que investir dinheiro em determinados projetos. Conforme explica a Galileu, os homens contribuíram, em média, com 4,05 euros e as mulheres, com 3,92 euros. Contudo, tal dependia do grau de simpatia e do gênero de quem estava na equipe.

Os acadêmicos concluíram que quando os homens estavam em equipes com outros homens, independentemente do quão afáveis ou não eram, acabavam por dar quantidades monetárias similares. Porém, esse comportamento modificava quando se tratava de mulheres: se fossem consideradas pouco simpáticas pelos homens, estes investiam menos capital.

“Os nossos resultados sugerem a existência de um fator de simpatia que oferece uma nova perspectiva sobre as diferenças de gênero nos resultados do mercado de trabalho”, disse Leonie Gerhards, principal autora do artigo. “Embora a simpatia seja importante para as mulheres em todas as suas interações, só importa para os homens se elas interagirem com o sexo oposto”.

Entretanto, nos grupos femininos se estava alguma mulher vista como menos simpática, a contribuição diminuía em 30%; e, se fosse um homem desprezível, descia em 37%. Assim os pesquisadores concluíram que, para as mulheres, a simpatia é tida em conta seja qual for a situação. Já para os homens, a simpatia é relevante somente nas interações com o sexo oposto.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Notícias ao Minuto.
Foto: Andrea Piacquadio/Pexels






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