Nossa psique e o final de ano

Estamos chegando ao final de mais um ano e nossa mente é inundada por pensamentos e reflexões, planos e projetos para o ano que virá, refletimos sobre o que passou em nossas vidas até chegarmos aqui. Os acontecimentos bons e ruins que ocorreram conosco, o que gostaríamos de mudar, o que pretendemos pôr em prática no futuro, são alguns exemplos do que pensamos nessa época.
Muitas pessoas ficam deprimidas, por não conseguirem lidar com os sentimentos que emanam ou se intensificam neste período. Mas, por que estes pensamentos e sentimentos florescem em nós nos finais de ano? Esta época é carregada do poder simbólico de fechar e abrir ciclos . Ao fechar algum ciclo em nossas vidas, é natural que surjam alguns sentimentos como o de tristeza, saudade de pessoas que se foram, insatisfação por algo que não saiu como planejávamos, dentre outros.
A marcação do tempo existe desde os primórdios da humanidade porque dá aos homens uma sensação de controle do tempo. O simbolismo do ano novo é o de iniciar um novo ciclo, ou seja, um ritual de passagem que tem servido desde sempre para dar vez a esperança de novos dias .

Ao passo que possam surgir sentimentos de tristeza , melancolia e solidão, estes, após serem sentidos e vivenciados, precisam ser substituídos por sentimentos de esperança e motivação para a renovação da vida. O ano novo traz consigo a possibilidade de reorganizar a vida, consertar erros, fazer coisas diferentes, essa promessa do ‘novo’ é fundamental para o bem-estar e para a saúde mental.
Não podemos perder a capacidade de simbolizar estes dias ,ou simplesmente deixar de considerar este momento de suma importância para humanidade, pela crença de que é somente mais um dia comum no calendário e de que nada disso importa. Todas as culturas celebram essa passagem de um ano para outro, e todas inventam suas formas próprias de desejar um bom novo ano. Precisamos celebrar a vida, cada um a sua maneira e com a sua singularidade. Se o ano não foi como imaginávamos, está ai uma nova possibilidade de fazer diferente, de pensar diferente e de ter resiliência para seguir em frente mesmo em meio as dores.
Se você vai receber o novo, precisa estar preparado para se livrar do ano- velho , e de tudo que impeça o que é novo entrar. Que tenhamos um novo ano com um novo olhar para a vida.






graduada em Psicologia,com ênfase em Psicologia clínica,pelo Centro Universitário Celso Lisboa,Rio de Janeiro.( CRP 05/47436).Pós Graduanda em Psicologia Jurídica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).Atualmente trabalho em uma Ong voltada para crianças carentes no Rio de Janeiro, onde desenvolvo projetos psicoeducativos visando a promoção dos Direitos Humanos.