Tem gente que se considera “sincera”, “direta” ou “na boa”… mas, na prática, fala de um jeito que deixa o outro desconfortável e ainda finge que não entende por quê. Acontece muito quando a pessoa está irritada, frustrada ou com ciúme, só que não assume isso.
Em vez de falar claro, ela solta frases com duplo sentido, joga a responsabilidade no outro e usa um tom que corta qualquer chance de conversa decente. Esse padrão é o famoso passivo-agressivo: por fora parece neutro, por dentro vem carregado.
O problema é que a mensagem real quase nunca está no que foi dito — está no clima que a fala cria. A pessoa afirma uma coisa, mas a postura entrega outra.
É aquela desconexão entre palavras e atitude: “tá tudo bem” com cara fechada e gelo no tratamento.
E quando alguém percebe que existe tensão, mas não consegue entender o que exatamente você quer dizer, a reação costuma ser travar, se defender ou se afastar.
Comunicação assim desgasta relações e ainda deixa você com fama de grosseiro, mesmo quando você jura que “não foi a intenção”.
A seguir, algumas frases que muita gente usa como se fossem normais, mas que costumam denunciar falta de maturidade emocional — e como trocar por formas mais honestas e respeitosas.
Leia também: Psicóloga revela por que quem só usa WhatsApp e evita ligações tem mais controle emocional e mental
“Não me leve a mal, mas…”
Essa abertura já avisa: “vou falar algo que eu sei que pega mal, só que quero sair limpo”. Em vez de assumir o peso do que vai dizer, a pessoa tenta blindar a própria imagem e empurra o desconforto para o outro.
Na prática, vira licença para ofender com um sorriso.
Troca melhor: vá direto ao ponto com cuidado e contexto. Algo como: “Posso tocar num assunto delicado?” ou “Queria conversar sobre uma coisa que me incomodou, pode ser agora?”
“Faça o que você acha que é melhor.”
Dependendo do tom, isso não é liberdade — é punição disfarçada. Parece que você está deixando a pessoa decidir, mas o subtexto é “eu não concordo e vou te fazer sentir isso”.
É uma forma de encerrar o papo sem resolver nada, deixando um clima de cobrança no ar.
Troca melhor: assuma sua posição sem ironia.
“Eu vejo diferente e preciso pensar melhor” ou “Eu não concordo, mas quero entender sua ideia antes de decidir”.

“Estou bem.” (quando não está)
Aqui a frase vira uma parede. Em vez de dizer o que sente, a pessoa usa “tô bem” como código para “descubra sozinho” — e ainda fica irritada se o outro não adivinhar. Isso cria confusão, aumenta o ressentimento e abre espaço para briga por coisa pequena.
Troca melhor: dá para ser honesto sem se explicar demais. “Não tô legal agora. Preciso de um tempo e depois a gente fala” ou “Fiquei chateado, mas ainda estou organizando o que senti”.
“Odeio dizer isso, mas…”
Quase sempre vem seguido de uma crítica que a pessoa quer soltar de qualquer jeito. É um jeito de parecer “relutante” enquanto despeja algo duro, como se a culpa fosse da situação e não da escolha de falar daquele jeito.
Troca melhor: avise com maturidade e respeito. “Tenho um feedback que pode ser incômodo, mas acho importante” ou “Quero te dizer uma coisa com cuidado — é um bom momento?”
“Deve ser bom.”
Essa é campeã em estragar um momento alheio. Alguém compartilha uma conquista, uma alegria, um alívio… e recebe um “deve ser bom” que soa como inveja, amargura ou autopiedade.
Não é elogio, é uma alfinetada que diminui o outro sem dizer “parabéns”.
Troca melhor: reconheça de verdade. “Que massa, você mereceu” ou “Fico feliz por você — como foi?”
“Nossa, eu nunca conseguiria fazer isso.”
Na cabeça de quem fala, pode soar como admiração. No ouvido de quem recebe, muitas vezes chega como julgamento: “eu não faria isso” ou “isso não parece certo pra mim”. E pronto: a conversa vira defesa, explicação e constrangimento.
Troca melhor: mostre curiosidade real em vez de comparação. “Como você decidiu isso?” “O que te ajudou a chegar nesse resultado?” “Como funciona na prática?”
Essas trocas parecem simples, mas fazem diferença porque tiram a fala do modo “provocação camuflada” e colocam no modo “conversa adulta”: clara, respeitosa e com responsabilidade pelo que se sente e pelo que se diz.
Leia também: A frase de 2 palavras que acalma qualquer criança em segundos — e a neuropsicologia explica por quê!
Compartilhe o post com seus amigos! 😉

