Perseguição na internet já é classificada como doença mental

Você provavelmnte conhece uma pessoa assim, ou pelo menos já esbarrou com ela no ambiente virtual. Ela vigia todas as postagens de outra pessoa – geralmente um ídolo, alguém famoso – nas redes sociais, persegue, imagina um relacionamento entre eles e começa a incomodá-lo com mensagens e comentários infindáveis. A pessoa com este tipo de comportamento é conhecida como Stalker.

A expressão vem do inglês, do verbo “stalk”, que significa perseguir. O termo é aplicado a alguém que importuna de forma insistente e obsessiva outra pessoa. A ação, que pode levar a ataques e agressões, já é considerada problema mental por médicos.

O psiquiatra Vicente Ramatis explicou que o “stalker” sempre existiu, mas há diferentes tipos. “Desde os primórdios da civilização há esse tipo de comportamento, mas não havia estudos sobre o assunto. Há diferentes tipos de ‘stalker’: pessoas com problemas psiquiátricos se tornando perseguidores e pessoas que, por exemplo, não aceitam uma rejeição”, apontou.

É preciso que a família esteja atenta aos sinais, como interesse obsessivo por alguém, de acordo com o médico. “Temos vários aspectos e um deles , quando o indíviduo tem um transtorno psiquiátrico, ele precisa de um tratamento”.

No momento que a pessoa passa a invadir a privacidade da outra, pode ser classificado como uma doença, segundo o médico.

“A pessoa pode ter uma curiosidade sobre a vida de um artista, por exemplo, e segui-lo nas redes sociais. Mas, no momento em que ele passa a ser incoveniente, isso pode ser um problema”, destacou.

O psiquiatra Fernando Furieri ressaltou que uma doença mental é definida quando há um desvio de um padrão de comportamento. “Há pessoas que são fãs, seguem um artista e não interferem na vida dele. Porém, há casos que essa admiração se torna obsessiva”.

Há casos em que o perseguidor pode até precisar de uma internação compulsória determinada por um juiz, pontuou o Furieri.

A médica clínica Renata Ribeiro contou que é por meio das redes sociais que os perseguidores escolhem suas vítimas.

“Hoje as pessoas publicam tudo nas redes sociais, e isso faz com que alguém com problemas mentais saiba tudo que a outra faz. Essa exposição faz o perseguidor achar que faz parte da vida do outro. As redes sociais aumentam a potencialidade do ‘stalker’”.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações deTribuna Online.
Foto destacada: Reprodução.






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