Pesquisadores da USP criam aparelho capaz de zerar a dor da fibromialgia

A fibromialgia é uma doença caracterizada por dores em 18 pontos no corpo, de forma simétrica. Entre os outros sintomas estão fadiga crônica e sono não-reparador. É uma doença de causa desconhecida, associada ao sistema nervoso central e ao mecanismo que controla a dor.

Quenm convive com a doença, sabe que as dores provocadas pela fibromialgia podem ser intensa e incapacitantes.

Mas há uma esperança para essas pessoas que acabam levando uma vida bastante difícil por causa da doença: um tratamento inovador contra a fibromialgia criado e aplicado por pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), conseguiu zerar a dor da fibromialgia em 90% dos pacientes, segundo o pesquisador Antonio Eduardo de Aquino Junior, que liderou a pesquisa.

O pesquisador ressalta que não se trata da cura da doença, considerada crônica, mas de um tratamento que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“Com o tratamento, há pessoas que ficaram períodos de 30 dias sem nenhuma dor e outras, até 3 meses”, afirma.

“O tratamento evita o uso de uma gama de medicamentos, como analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos, comumente utilizada para esse problema”, completa.

Coordenado pelo professor Vanderlei Bagnato, o tratamento da USP é chamado de Foto Sônico. Ele é realizado a partir de um equipamento, considerado pioneiro no mundo, desenvolvido pela equipe do Instituto de Física, que realiza a aplicação conjugada de ultrassom e laser terapêutico, de baixa intensidade. Tanto o protocolo do tratamento como o aparelho utilizado são considerados inéditos, segundo o pesquisador.

A fisioterapia, tratamento tradicional para a doença, é realizada nos locais da dor, chamados de pontos gatilho ou tender point. Já o tratamento Foto Sônico é aplicado em toda a palma da mão, sendo apenas 3 minutos em cada uma, duas vezes por semana. São necessárias dez sessões.

“Os pacientes com fibromialgia contêm um número maior de células sensoriais nas mãos do que as pessoas que não têm a doença. Então, utilizamos as palmas das mãos como porta de entrada para o tratamento. A ação luminosa em contato com o tecido celular produz ATP, que é energia. Como consequência, diminui a fadiga do paciente. Apesar da aplicação ser somente nas palmas das mãos, o efeito do tratamento é sistêmico, ou seja, atinge todo o corpo”, explica.

O pesquisador ainda ressalta que a aplicação do ultrassom e do laser conjugados potencializa a ação anti-inflamatória de ambos os recursos, promovendo o equilíbrio no organismo e, por consequência, controlando a dor.

No momento, há dois pontos de atendimento em São Carlos, a cerca de 230 km de São Paulo, onde está localizada a universidade. Um deles é a Unidade de Terapia Fotodinâmica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3509-1351. As sessões são gratuitas.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de R7 e Drauzio Varella.
Foto destacada: Divulgação Assessoria de Comunicação/IFSC/USP.






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