Enquanto muita gente só vê Lady Gaga em palco gigante, vestido dramático e tapete vermelho, a própria cantora resolveu contar um capítulo bem menos glamouroso da vida dela: em entrevista recente à Rolling Stone, ela revelou que sofreu um surto psicótico e acabou internada em um hospital psiquiátrico depois do período de Nasce uma Estrela e da Joanne World Tour.
Na conversa com a revista, Gaga explicou que filmou A Star Is Born em 2017 enquanto tomava lítio, remédio usado para estabilizar alterações de humor.
Ela disse que, por fora, vivia uma fase de grandes vitórias – filme elogiado, Oscar no horizonte, show no intervalo do Super Bowl, agenda lotada – mas por dentro se sentia à beira de um colapso.

Leia também: Lady Gaga, ganhadora do Oscar 2019, fez esse discurso importante sobre saúde mental
Segundo a cantora, esse processo culminou em um quadro grave durante a turnê do álbum Joanne, já em 2018.
Gaga contou que, em determinado momento da turnê, simplesmente “desabou”. Ela relata crises intensas, perda de controle emocional e a sensação de que não conseguiria continuar trabalhando, nem cuidar de si mesma.
Foi aí que veio a internação: a artista disse que precisou ser levada a um hospital psiquiátrico e permanecer em tratamento para se reorganizar minimamente.

“Entrei em colapso total”, resumiu, em trecho citado pela Rolling Stone e por veículos como Billboard Brasil.
Esse período coincidiu com o cancelamento da parte final da Joanne World Tour, que incluía shows no Brasil. Na época, a versão oficial falava principalmente em dores intensas e fibromialgia, condição crônica que ela já assumiu ter.
Agora, Gaga adiciona uma peça importante ao quadro: revela que o fator decisivo foi o surto psicótico e a necessidade urgente de tratamento psiquiátrico, e não só o aspecto físico.
Vale lembrar que Gaga já vinha falando de saúde mental há alguns anos. No documentário Gaga: Five Foot Two e em discursos públicos, ela mencionou PTSD, ansiedade, crises de pânico e pensamentos suicidas, além da dor crônica.
O que muda agora é o nível de detalhe sobre aquele momento específico pós-Nasce uma Estrela: ela confirma que precisou de internação, algo que ainda é cercado de muito preconceito, mesmo entre fãs.
:max_bytes(150000):strip_icc():focal(734x89:736x91)/Lady-Gaga-1a1ffa0a3bf64629af548cc41e6c9a5e.jpg)
Na entrevista, a cantora também comentou que se considera “sortuda por estar viva” e afirma que, hoje, se enxerga como uma pessoa “inteira e saudável”, resultado de um combo de terapia, acompanhamento médico e suporte afetivo.
Ela cita o noivo, Michael Polansky, como uma presença importante nesse processo de reconstrução, dizendo que ser tratada com carinho genuíno ajudou a enxergar valor na própria vida em momentos em que tudo parecia sem saída.
Gaga escolheu falar sobre esse passado no mesmo momento em que colhe frutos de uma fase criativa cheia de exposição: ela lançou o álbum Mayhem, acumula indicações ao Grammy e segue em manchetes tanto pela música quanto pelos looks exagerados em premiações.
Ao abrir esse bastidor, a artista reforça um ponto que costuma defender em suas falas públicas: por trás de agenda lotada e grandes projetos, pode haver alguém em sofrimento sério, que precisa de cuidado especializado e tempo fora dos holofotes.
A declaração também dialoga com debates atuais sobre saúde mental na indústria do entretenimento.
Ao assumir que teve um surto psicótico, que foi internada e que precisou cancelar shows para sobreviver, Lady Gaga ajuda a tirar o tema da fofoca e coloca a discussão num lugar mais honesto: o de uma pessoa famosa lidando com um problema de saúde que qualquer outra pessoa também pode enfrentar – e que merece tratamento adequado, sem vergonha e sem romantização.
Leia também: Roberta Miranda revela vício e psiquiatra alerta: “A pessoa perde o controle”
Fonte: San Francisco Chronicle | Rolling Stone
Compartilhe o post com seus amigos! 😉

