Quando se fala em narcisismo, é comum imaginar mães controladoras ou relacionamentos marcados por manipulação e ego inflado. Mas e se os traços narcisistas estiverem em você — sem que perceba?
Apesar de o termo ser frequentemente associado a outras pessoas, reconhecer atitudes narcisistas em si mesmo pode ser um passo importante para melhorar relações e evitar sofrimentos desnecessários. Pensando nisso, o portal MinhaVida reuniu sinais pouco óbvios que podem indicar esse comportamento.
Narcisismo vai além do “se amar demais”
Segundo a psicóloga Denise Milk Vargas, o narcisismo não está ligado apenas à autoestima elevada. “Narcisismo não é sobre se amar demais — é sobre precisar ser amado o tempo todo, e muitas vezes, à custa do outro”, explica.
De forma prática, o narcisismo pode se manifestar em atitudes sutis do cotidiano. Abaixo, alguns indícios de que o comportamento narcisista pode estar presente:
- Necessidade constante de validação: a sensação de que precisa da aprovação dos outros o tempo todo.
- Sensação de incompreensão: acreditar que quase ninguém realmente entende o que você sente ou vive.
- Exclusividade de competência: pensar que só você é capaz de fazer determinadas tarefas do jeito certo.
- Comparações e competição silenciosa: medir-se o tempo inteiro com os outros, muitas vezes sem admitir isso.
- Resistência a críticas: dificuldade em lidar com feedbacks, mesmo os construtivos.
- Frases autocomiserativas: usar pensamentos do tipo “ninguém entende a responsabilidade que eu carrego”.
- Falta de empatia: não conseguir — ou não se esforçar para — se colocar no lugar do outro.
Hora de procurar ajuda
Se identificar esses comportamentos causa incômodo ou traz à tona situações difíceis em suas relações, talvez seja o momento de buscar apoio psicológico. A psicoterapia é uma das ferramentas mais indicadas para lidar com esse tipo de questão.
“A terapia pode ajudá-las a tomarem consciência de que seus comportamentos prejudicam o próximo e, em vez de se colocarem como centro e serem admiradas, as pessoas irão se afastar cada vez mais”, explica a psicóloga Mônica Machado. Segundo ela, com acompanhamento profissional, é possível desenvolver mais empatia e suavizar os impactos do narcisismo no convívio social.
A reflexão pode ser desconfortável, mas é também uma oportunidade de mudança. Afinal, reconhecer padrões prejudiciais é o primeiro passo para transformar relações — começando pela relação com você mesmo.