A minissérie australiana Vinagre de Maçã, lançada pela Netflix em 2025, mergulha no universo sombrio das redes sociais e do culto ao bem-estar, inspirando-se na história real de Belle Gibson. Dirigida por Jeffrey Walker e criada por Samantha Strauss, a produção de seis episódios é baseada no livro The Woman Who Fooled the World, dos jornalistas Beau Donelly e Nick Toscano .
Kaitlyn Dever interpreta Belle Gibson, uma influenciadora carismática que alegava ter curado um câncer cerebral terminal por meio de dietas e terapias naturais. Sua narrativa inspiradora resultou em um aplicativo de sucesso e um livro best-seller. No entanto, investigações revelaram que Belle nunca teve câncer e que suas promessas de doações para instituições de caridade não foram cumpridas.
A série vai além da exposição da fraude, oferecendo uma crítica contundente à cultura das redes sociais e ao culto da imagem. Ela destaca como a busca por aceitação e admiração online pode levar à manipulação e, em casos extremos, a mentiras perigosas . Além disso, aborda os efeitos devastadores das fake news na saúde, mostrando como informações enganosas podem influenciar decisões médicas e impactar vidas de forma irreparável.
Além de Dever, o elenco inclui Alycia Debnam-Carey como Milla Blake, uma personagem fictícia inspirada em Jess Ainscough, que abandonou o tratamento contra o câncer para apostar em métodos alternativos e acabou falecendo. A série também conta com Ashley Zukerman, Aisha Dee e Essie Davis. A direção de Walker equilibra momentos de tensão e introspecção, criando uma narrativa envolvente.
O título Vinagre de Maçã funciona como uma metáfora poderosa para a trajetória da protagonista: uma crença cega em soluções simples para problemas complexos. Assim como Belle insistia em tratamentos sem embasamento científico, sua história revela o perigo de confiar em narrativas que priorizam o sensacionalismo em detrimento da verdade.
Vinagre de Maçã é uma produção impactante que convida o público a refletir sobre a credibilidade das informações online, a responsabilidade dos influenciadores digitais e a vulnerabilidade das audiências em um mundo onde a popularidade é frequentemente confundida com autoridade. Com atuações memoráveis e uma narrativa provocativa, a minissérie se destaca como uma crítica relevante à era digital.