Estudantes bem-comportados ganham mais dinheiro

Por Lucas Baranyi, para a Revista Superinteressante

Se você era (ou ainda é) um dos participantes da ‘turma do fundão’, já deve ter ouvido de algum professor (ou até mesmo dos seus pais) que bons alunos vão mais longe na vida, certo? Pois saiba que isso pode fazer mais sentido do que você pensa.

De acordo com um estudo publicado pela American Psychological Association, ser um aluno responsável, manter interesse no colégio e ter boas habilidades de leitura e escrita rendem muito mais do que notas 10: podem ser predecessores de sucesso educacional e profissional décadas depois, tendo mais influência do que QI, status socioeconômico ou outros fatores de personalidade.

De acordo com Marion SPengler, PhD e autora principal do estudo, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, explica que a fase escolar ganha uma dimensão cada vez maior no mundo das pesquisas. “Cientistas políticos, pesquisadores educacionais e economistas estão se interessando mais e mais nas habilidades que a família, professores e escola ensinam às crianças para aumentar as chances de sucesso durante a vida”, afirmou no próprio estudo. “Nossa pesquisa descobriu que comportamentos específicos na época do ensino médio têm efeitos duradouros na vida dos alunos”, concluiu.

A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Personality and Social Psychology.

Spengler e os coautores analisaram três cadeias de dados coletados pelo American Institutes for Research: informações sobre 346,660 alunos norte-americanos da ‘high school’ (o nosso Ensino Médio) de 1960, 81,912 desses alunos 11 anos depois e 1,952 deles após 50 anos. A fase do Ensino Médio mediu uma variedade de comportamentos e atitudes, assim como traços de personalidade, habilidades cognitivas, status socio-econômico da família e fatores demográficos. As pesquisas posteriores mediram o alcance educacional dos alunos, renda e prestígio profissional.

Ser um aluno responsável, mostrar interesse pelo colégio e ter menos problemas com escrita e leitura foram significantemente associados com maior nível educacional posterior e a conquista de um emprego de maior prestígio nas duas pesquisas posteriores. Esses fatores também foram associados com maior renda na última das pesquisas, ao final da vida, realizada 50 anos depois.

Imagem de capa: Shutterstock/panitanphoto






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