De onde vem a minha ansiedade?

“Anguisse” metaforicamente no francês antigo era usado para comunicar sensações excessivas associadas a eventos aversivos, outra metáfora usada era a de borboletas no estômago (FRIMAN, HAYES E WILSON, 1998).

Para a psicologia, com foco na análise funcional do comportamento, sentimentos não são a causa de comportamentos. Skinner (1991) diz que os “comportamentos perturbadores são causados por contingências de reforçamento perturbadoras, não por sentimentos ou estados da mente”. Ou seja dizer que alguém chora porque se sente ansioso, não explica o porquê da ansiedade, apenas descreve um comportamento ansioso ou um “choro ansioso”.

O comportamento da pessoa não muda porque este se sente ansioso, ele muda por causa das interações da pessoa com o seu ambiente aversivo, que geram o estado físico sentido como ansiedade (mão gelada, coração disparado, falta de ar , etc). As mudanças sentimentais e comportamentais tem uma causa comum. Algo aconteceu para que a pessoa ficasse ansiosa, algo mudou em seu dia-a-dia e sem saber como lidar com a situação a pessoa passa a sentir alterações corporais, entendidas como ansiedade.

É preciso voltar aos eventos ambientais para explicar o porquê de um determinado comportamento, e ao mesmo tempo como esse indivíduo se sente enquanto o faz, assim a resposta para a causa da ansiedade pode estar nos eventos que acorrerem antes da pessoa passar a se sentir ansiosa. Esses eventos causadores podem ser imediatos ou estarem presentes na história de vida da pessoa.

As contingências antecedentes (o que aconteceu antes do estado ansioso) determinam os sentimentos, portanto ao trabalhar com elas se pode mudar a causa funcional dos sentimentos, eliminando assim angústias, sofrimentos, ansiedades, etc (QUEIROZ E GUILHARDI, 2001).

Se as causas do comportamento ansioso não forem identificadas e modificadas, dificilmente a pessoa deixará de sentir assim diante daquilo que lhe causa a ansiedade.

Dessa forma comportamentos ansiosos podem estar relacionados a uma falta de habilidade comportamental do individuo,ou seja, a pessoa não sabe como se comportar diante de algum evento ruim, de forma que estes causam o sentimento de ansiedade.

A tarefa do psicólogo analista do comportamento se concentra em entender como a ansiedade se estabelece. Buscando identificar como os eventos adquiriram a função aversiva, analisando sua história comportamental, e porque a pessoa não apresenta um repertório eficaz de fuga e esquiva (QUEIROZ E GUILHARDI, 2001).

Assim identificando e alterando as interações da pessoa com seu ambiente, se alterarão também os sentimentos e os comportamentos ansiosos (SKINNER, 1991).

O psicólogo é capacitado para analisar a interação das pessoas com o seu ambiente e ajudá-las a identificar as causas da ansiedade, converse com um bom profissional.

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Referências

FRIMAN, P. C.; HAYES, S. H.; WILSON, K. G. Porque Analistas do Comportamento devem estudar a emoção: o exemplo da ansiedade (Tradução Livre). Why Behavior Analysts should study emotion: the example of anxiety.JABA, v.31, n. 1, pág.137-156, 1998.

GUILHARDI, H. J. e QUEIROZ, P. P. Identificação e análise de contingências geradoras de ansiedade: caso clínico. Em: H. J. Guilhardi; M. B. B. P., Madi, P. P. Queiroz, M. C. Scoz (orgs.), Sobre Comportamento e Cognição: Expondo a Variabilidade, v. 7, pág. 257-268. Santo André: ESETec, 2001.

SKINNER, B. F.;O lado operante da terapia do comportamento. Em B. F. Skinner Questões Recentes da Análise do Comportamento. Campinas: Ed. Papirus. (Publicação original de 1987), 1991.






Psicóloga Clínica com referencial teórico na análise do comportamento. Gestora de mídias no site e fanpage Comporte-se. Colabora e autora do site Espaço Psicologia e Família.