psicologiasdobrasil.com.br - Festa de aniversário

 Uma das melhores lembranças que tenho da infância é a dos preparativos de nossas festinhas de aniversário. Minha mãe gostava do ritual: Sentava-se no chão conosco _ eu e meus irmãos_ e juntos preparávamos o evento, que naquela época consistia numa mesa com bolo e docinhos, muitas crianças (suadas de tanto correr), salgadinhos e refrigerantes.
 Não havia um tema específico. Podíamos começar fazendo convites cujo tema era aviãozinho e a festa sair completamente diferente. Ela trazia cartolinas coloridas, papel camurça (que eu adorava!), purpurina, cola e tesoura. Fazíamos a lista de convidados, na sua maioria crianças da vizinhança, e seguíamos noite adentro na confecção dos convites. Minha mãe nunca foi perfeccionista, e por isso tudo fluía muito bem, em completa harmonia_ apesar de nossas mãozinhas sujas de cola manchando os papéis, ou recortes nada precisos na cartolina. No final, era gratificante ir pra cama sabendo que logo passaríamos para a etapa seguinte.

 O segundo passo era montar o tema da festa. Lembro que tudo era muito improvisado, garimpado nos maleiros do guarda-roupa de meus pais, onde minha mãe guardava o que havia sobrado dos aniversários anteriores_ nossos e de minhas primas cariocas. Explico: Morávamos no interior, e quando nossas primas vinham do RJ passar férias no sul de Minas, traziam peças que haviam usado em seus aniversários para o caso de querermos aproveitar. É claro que aproveitávamos de bom grado, e nossas festas, como eu disse, tinham temas variados, mistos, diversificados. Podiam ter a caixa do bolo com motivo de circo; misturado a personagens de Walt Disney nas capinhas dos refrigerantes (muito em voga nos anos 80); toalha da turma da Mônica; mais alguns smurfs em pratinhos colados nas paredes, e alguns saquinhos de surpresa da Hello Kitty ou homem aranha. Era fantástico! A gente adorava cortar papel crepom em tiras e enfeitar as paredes da garagem, onde a festa acontecia.

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 Não havia a moda dos buffets e as brincadeiras eram espontâneas, sem monitores ou brinquedões. A gente corria o tempo todo ou dançava ao som de “Trem da Alegria” até a hora do “parabéns”. Tudo era simples e perfeito, e até hoje recordo com carinho e gratidão esses momentos mágicos que ficaram gravados em minha memória.

 Então essa semana meu menino completou sete anos. E daí que andei pensando que o tempo anda depressa demais e logo, logo ele criará asas e não desejará mais a festinha ao lado do papai e da mamãe. É natural que queira voar, escolher comemorar com os amigos numa baladinha, num boteco ou no boliche.

 Por isso quando pediu uma festa do Mario Bros, o herói do DS, lembrei das tradicionais festinhas de minha mãe. Da alegria de sentar no chão e bolar os enfeites, pesquisar o tema e inventar moda com nossas próprias mãos. Decidimos fazer uma comemoração pequena, em casa mesmo, para a família e alguns amiguinhos da escola. Quis resgatar a noção do que é uma festa de criança, com meninos correndo pelo quintal, brincando de pega-pega e esconde- esconde_ como antigamente.

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 Essa foi a mesa do “parabéns”. Preciso contar que começamos a montá-la uma semana antes, e por isso fazíamos as refeições em outra sala, noutra mesa. Cobrimos o espelho que temos ao fundo, e meu marido bateu dois preguinhos para segurar a corda com o tecido e as bandeirinhas.

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 As caixinhas ( de leite, panetone, remédios, etc) foram forradas com papel para scrapbook com estampa de tijolinhos e outras, com papel amarelo comum e ponto de interrogação produzido em escala por mim e pelo filhote. Ele adorava a hora que eu chegava do trabalho, sentávamos no chão_como minha mãe fazia_ e juntos forrávamos as caixinhas.
 Os canos, por onde o Mario Bros aparece e desaparece, foram feitos pelo marido, que comprou um tubo PVC grande e deixou semanas a fio na despensa enquanto eu e meu pequeno insistíamos para que cortasse e pintasse. Num fim de semana de sol, foram os dois meninos para a garagem fazer arte, e que satisfação ver meu pequeno com as mãozinhas sujas de tinta vendo o trabalho ser realizado.

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 A arte das latinhas eu baixei num site _gratuito!_ da internet (www.fazendoaminhafesta.blogspot.com.br) e levei numa gráfica para imprimir em papel adesivo. Trabalhei em equipe com meu garotinho, que colava os adesivos meio tortos de vez em quando, mas estava muito feliz em participar… A arte dos pirulitos,  das bandeirinhas, das forminhas personalizadas, dos rótulos de “bis”, de chicletes adams, de batom e guaraná caçulinha também foram baixados no site “fazendo a minha festa”.

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 Os potinhos coloridos com brigadeiro de colher e cocadinha mole foram montados com a ajuda da minha mãe, que fez essas tampinhas de tecido e, na véspera da festa, encheu os potinhos a quatro mãos com minha avó, bisa do meu filho. Todo mundo participou… isso sem contar que minha mãe também costurou o macacão do Mario Bros, já que na hora do parabéns meu menino vestiu-se a caráter!

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 Aqui em Campinas não consegui achar nada com o tema “Mario Bros” (só encontrava Angry Birds, super heróis, galinha pintadinha…) e por isso fui atrás de algumas coisas no site “Ebay” (www.ebay.com). Fiquei apaixonada pela toalha branca com os personagens no barrado e pelos balões com estampa de nuvem…

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 Alguns convidados me perguntaram se eram balões de gás. Não eram. Foram pregados no teto com fita adesiva e o charme ficou por conta do fitilho azul claro na ponta. Também encomendei no ebay os adesivos com o tema Mario Bros para colar nos tubos de ensaio e mexedores de drink que usamos para decorar os docinhos.

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 Pra finalizar, também personalizamos os guaranás e bolinhas de sabão. Foi incrível ver os garotinhos em volta da mesinha brindando com os guaranás…

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 Enfim, esse não é um blog de decoração nem sou capacitada em trabalhos manuais. A intenção foi resgatar um pouquinho da infância que vivi e trazer para meu filho a sensação de curtir a festa antes, durante e depois.

 Alugamos uma cama elástica mas as crianças mostraram que sabem brincar sem instrutores ou instruções. Inventaram corridas, brincadeiras, risadas. Eram um misto de cabelos molhados de suor, dedos melados e bochechas vermelhas na hora do parabéns. Senti a satisfação do meu menino vendo seus amigos admirados com os enfeites que produzimos juntos e feliz com cada um que pedia para levar pra casa um pedacinho da festa do Mario.

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 Não tem preço olhar essas fotos celebrando seus sete anos. Daqui a pouco você será um homem feito e isso serão só histórias_ sua história, nossa história…

 Lembrarei da minha braveza enquanto você roubava moedinhas de chocolate ou fugia com balas de gelatina antes da festa começar.

 Da bagunça que a casa ficou no dia seguinte, e da arrumação que seu pai e eu fizemos, na maior cumplicidade, juntando copos, pratinhos e garfinhos espalhados pelo quintal; fazendo mil viagens até a lixeira enquanto você se divertia montando seu “lego” ou desfilava pela casa com “óculos de espião”…

 As pessoas me perguntam se deu trabalho. Claro que deu. Mas o que seria da vida sem esse tipo de “trabalho”?

 Enfim, fica aqui um agradecimento especial à minha mãe, que na sua simplicidade e amor, me ensinou que as coisas mais doces da vida não custam caro, mas são construídas com disponibilidade e afeto.