Mãe de aluno com autismo diz que escola excluiu seu filho de festa de formatura

A mãe de um adolescente diagnosticado com autismo afirma que seu filho foi excluído da sua própria festa de formatura do 9º ano, no colégio Sigma Águas Claras, no Distrito Federal. Roberto Silva Naziozeno Filho, de 15 anos, só soube da festa depois que ela já tinha acontecido, no último sábado (26), quando viu alguns de seus colegas compartilhando fotos da formatura no Instagram.

Ana Luiza Cabral Naziozeno, mãe do aluno, falou com o UOL spbre a situação.

“Nós ficamos sabendo pelo Instagram. O Robertinho estava olhando o celular e brincando, quando falou que teve uma formatura da escola dele. Eu falei que não estava sabendo de nada e, no dia seguinte, ele mandou uma mensagem no grupo com os colegas perguntando quando seria a formatura. Foi aí que um colega respondeu que havia sido no sábado. Ele ficou arrasado e, desde então, está com febre todos os dias. Ele está muito triste e deprimido”.

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Segundo mãe de Roberto, filho descobriu sobre a festa em publicação no Instagram Imagem: Arquivo pessoal

Ana Luiza questionou a escola sobre o motivo de não ter sido informada sobre a festa de formatura. Segundo ela, a resposta foi de que tudo foi um “mal-entendido” e um “problema de comunicação”. Ela diz que nunca foi procurada pela escola para falar sobre a festa de formatura.

“Nunca me falaram nada e eu também não perguntei. Como ainda estamos em um momento de pandemia, eu pensei que nem teria festa. Nunca imaginei que se tivesse alguma eu não ficaria sabendo, fiquei esperando eles entrarem em contato, mas nunca aconteceu. Quando você tem uma criança com qualquer necessidade, a conversa é diferenciada e mais próxima, e por isso sempre tive uma boa comunicação com a escola por WhatsApp, mas nunca me falaram nada”.

A mãe ainda afirmou que não recebeu o apoio de nenhuma outra mãe do colégio, inclusive, foi excluída de um grupo específico para as mães no WhatsApp.

“Fiquei sabendo que elas têm um grupo e nunca me colocaram. Pedi, inclusive, várias vezes para me passarem os números, mas nunca aconteceu. Elas não foram inclusivas comigo e com meu filho, e se os pais não são [inclusivos], os filhos também não seriam“.

Ana Luiza diz ainda filho acabava sendo excluído pelos colegas de classe em muitos momentos. “Os colegas não eram acolhedores, tinham duas ou três colegas que acolhiam ele e protegiam, mas o restante não tinha paciência”.

Em nota enviada ao UOL, o colégio Sigma alegou que o evento da festa da formatura é optativo e que todos os alunos e responsáveis receberam quatro comunicações ao longo do ano pelo aplicativo oficial da escola, além da divulgação em postagens nas redes sociais.

Ana Luiza diz que irá mudar seu filho de escola a partir do próximo ano. Ela afirmou que a situação se tornou insustentável e que não enxerga o local como inclusivo.

“Ficou inviável ficar lá. Ele vai para outra escola porque o relacionamento ficou insustentável. Fui ontem em uma reunião e mostrei a falha deles, pedindo para se retratarem. A única coisa que eu quero é um pedido de desculpas”.

Ela também garante que já está em contato com advogados para tomar todas as medidas legais cabíveis.

“Ainda estamos resolvendo a melhor forma, mas não vamos parar por aqui. Vamos registrar um boletim de ocorrência e estou aqui para dar voz para outras crianças autistas e pais para não passarem por isso que estou passando hoje. É preciso dar voz para essa causa que é tão importante’.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações do UOL.
Foto destacada: Reprodução.






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