Ter uma agenda faz bem para a sua saúde mental

Nos últimos meses, uma técnica chamada “bullet journaling” ficou extremamente popular na internet. Trata-se de um sistema de organização de agendas criado pelo designer Ryder Carroll, no qual, por meio de várias etapas, as pessoas conseguem “acompanhar o passado, organizar o presente e planejar o futuro”.

Não é uma técnica fácil ou intuitiva, ainda assim foi adotada por milhares de pessoas — é só buscar o termo “bullet journal” no Instagram, no Tumblr ou no Twitter para encontrar várias imagens maravilhosas de pessoas que organizaram suas vidas com o método de Carroll.

Em entrevista ao Science of Us, o neurocientista Daniel Levitin, autor de The Organized Mind (A Mente Organizada), explica que, no geral, quanto mais difícil for uma técnica, menos pessoas a adotarão. Os bullet journals, no entanto, fogem da regra porque funcionam como uma forma de as pessoas externalizarem suas memórias. Várias pesquisas reforçam a crença: escrever uma frase por dia pode te deixar mais feliz; fazer listas te deixa menos estressado e escrever à mão uma tarefa que você precisa fazer aumenta as chances de ela ser realizada. “Em outra palavras, tirar o que está na sua cabeça e colocar no mundo, seja em uma agenda ou em post its na sua geladeira, pode te fazer bem”, afirma.

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Levitin explica ainda que a sua cabeça só consegue prestar atenção a cerca de três coisas ao mesmo tempo. Isso quer dizer que ao se lembrar de várias tarefas constantemente, fica difícil acompanhar de fato o que você precisa fazer, o que te deixa cansado e bastante ansioso. Ao usar o sistema de bullet journal, é possível colocar vários tópicos de toda a sua vida em um só lugar, o que não só ajuda a tirar um pouco do peso dos seus ombros, como aumenta as chances de priorizar as tarefas e estar sempre de olho naquele cardeninho, logo, de não se esquecer do que precisa fazer.

Mas como fazer o bullet journal?

A ideia é que a partir do método de Carroll você possa anotar na sua agenda desde as tarefas diárias e mensais até seus sonhos e inspirações.

O primeiro passo é criar um índice no início da agenda. Em seguida, enumere as páginas e coloque o que cada uma corresponde. Por exemplo: lista de compras na página 2, objetivos do semestre na página 6 e por ai vai. Ao acrescentar uma espécie de menu no seu caderno, você não precisa ficar procurando em qual página está o que.

Nas páginas após o índice, faça um mini calendário dos próximos meses do ano, ao lado dos quais você pode anotar os principais acontecimentos daqueles dias: aniversários, consultas médicas, prestações que precisam ser pagas.

Uma boa ideia é dedicar a próxima página a um calendário mensal. Dessa forma você poderá visualizar o mês por inteiro e ter uma noção do que cada dia te reserva.

Você pode mapear também sua lista de tarefas da semana ou do dia, como preferir. Lembrando que o objetivo é fazer o que é mais prático e que condiz com a sua rotina.

Carroll sugere que você priorize as tarefas mensais, usando símbolos para indicar quais devem ser esquecidas, quais devem ser feitas nos próximos meses ou quais devem esperar por um tempo. É possível ver as explicações mais detalhadas neste vídeo. Mas como ressalta Levitin, não existe um método que funcione para todo mundo. O que a ciência comprova que funciona é externalizar seus pensamentos, anseios e objetivos de alguma forma, como isso será feito cabe a você.

TEXTO ORIGINAL DE REVISTA GALILEU






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