Nostalgia faz bem

Por Ana Carolina Leonardi

Ser nostálgico não é estar preso no passado, de acordo com um novo estudo da University de Southampton, na Inglaterra. Pelo contrário: o aumenta sua vitalidade e deixa você mais preparado para lidar com o presente e com o futuro.

Os pesquisadores mostraram aos voluntários músicas antigas, letras sentimentais e pediram que eles se lembrassem de memórias queridas para entender como se sentiam logo depois de passar pela onda de saudosismo.

Um dos principais sentimentos que eles relataram experimentar depois da seção de nostalgia foi o de “autocontinuidade”. Essa sensação era avaliada por um questionário com frases como “Me sinto conectado com meu passado” e “Importantes aspectos da minha personalidade continuam os mesmos ao longo do tempo”. Os pesquisadores acreditam que quando olhamos para o passado, temos uma compreensão melhor de quem somos.

Mas a sensação não é só individual: quando você resgata boas memórias com pessoas amadas, também tem uma sensação de “conexão social”. Quando estamos mais ligados com o passado, a sensação de pertencimento também é reforçada. Por último, os pesquisadores perceberam que essa sensação de autocontinuidade levava a um aumento na vitalidade dos participantes que, ao fim da experiência, se sentiram cheios de energia. Isso é especialmente importante porque, de acordo com os autores, a nostalgia tende a surgir quando estamos mais tristes e solitários.

Tim Wildschut, um dos pesquisadores do estudo, definiu a nostalgia como uma “resposta imunológica psicológica”. Ele disse à revista Scientific American que o sentimento surge quando experimentamos dificuldades e funciona como um mecanismo de defesa.

Lembrar de tempos melhores cria sensações positivas que ajudam a romper o aspecto negativo da solidão. Mais do que isso, segundo os psicólogos, ela combate a “ameaça existencial”: o passado nos ajuda a encontrar propósito para seguir no presente.

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